PESQUISA REFORÇA
ACIRRAMENTO DA DISPUTA ELEITORAL E BOVESPA TEM 5ª QUEDA.
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa
teve outra sessão volátil nesta terça-feira antes de fechar com a quinta queda
seguida, com o Ibovespa renovando a mínima em mais de cinco semanas, após
pesquisa CNT/MDA respaldar o acirramento em provável segundo turno da eleição
presidencial.
A cautela com a divulgação de
outros dois levantamentos ainda nesta noite - Ibope e Vox Populi - corroborou o
viés de baixa final, embora longe da mínima, com alguns agentes preferindo
zerar suas posições vendidas antes dos números.
Em sessão também marcada por
baixas em bolsas no exterior, dados da China e notícias do setor de
telecomunicações no Brasil, o Ibovespa encerrou em baixa de 0,49 por cento, a
56.540 pontos, nova mínima desde 14 de agosto.
Durante o dia, o índice chegou a
recuar 1,3 por cento na mínima e avançar 0,9 por cento na máxima. O volume
financeiro do pregão alcançou 6,95 bilhões de reais.
Pesquisa CNT/MDA divulgada nesta
terça-feira mostrou a presidente Dilma Rousseff (PT) com 42 por cento na
simulação de segundo turno contra 41 por cento de Marina Silva (PSB). Antes,
Dilma tinha 42,7 e Marina, 45,5 por cento.
De acordo com profissionais do
mercado, a perda do fôlego de Marina em pesquisas mais recentes abriu espaço
para especulações sobre a capacidade de recuperação da candidata a menos de
duas semanas do primeiro turno da eleição.
O Ibovespa chegou a sustentar
ganhos pela manhã, com a zeragem de posições vendidas da véspera, quando parte
do mercado. Mas antes do almoço o índice já estava novamente no vermelho.
"Os movimentos têm sido
extremos no que diz respeito à repercussão do cenário eleitoral, com o mercado
encarando sinais da oposição vencer como o céu, enquanto veem o inferno no caso
de vitória do governo. E não é nem um nem outro", disse o gestor e sócio na
Principia Capital Management, Marcello Paixão.
Para ele, o que está por trás
dessas fortes oscilações não é apenas a eleição, mas "a combinação com a
liquidez extrema no ambiente internacional, que encontra no Brasil a incerteza
política e uma economia não indo bem".
As preferenciais da Petrobras
chegaram a subir 2 por cento no melhor momento, mas terminaram entre as maiores
perdas do índice. Os papéis ON também recuaram, assim como estatais como
Eletrobras e Banco do Brasil e os bancos privados Bradesco e Itaú Unibanco
Em Wall Street, o índice S&P
500 teve a terceira queda seguida, com investidores digerindo sinais de
desaquecimento da economia global.
ALÉM DAS ELEIÇÕES
A decisão da Oi de não participar
do leilão 4G amparou o avanço das ações da operadora e da TIM Participações,
com a visão de que a Oi se focará na oferta de compra da TIM.
Light também se valorizou após
informar que participará do leilão de concessão da usina hidrelétrica Itaocara
(RJ) em consórcio com Cemig, também na ponta positiva do índice, e Furnas.
Vale conseguiu sustentar os
ganhos, em sessão com o noticiário chinês incluindo nova queda nos preços do
minério, mas melhora na preliminar do PMI HSBC/Markit da indústria em setembro.
Fonte: Reuters.
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