quinta-feira, 11 de setembro de 2014

BRASIL APODRECIDO - USARAM DA ÉTICA E FORAM REJEITADOS

 ‘PARLAMENTARES REJEITADOS’ FALAM EM ‘IR À FORRA’ EM CASO DE ELEIÇÃO DE MARINA.

Senadores Jarbas Vasconcelos, Eduardo Suplicy e Cristovam Buarque podem se beneficiar da vitória de pessebista.

BRASÍLIA. Isolados e marginalizados em seus partidos desde que assumiram posição crítica em relação ao governo do PT e ao centralismo dos senadores José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros (PMDB-AL), o grupo de senadores citados como “os bons” pela candidata Marina Silva (PSB), estão saindo do inferno para o céu. Sempre que questionada sobre a falta de apoios no Congresso para governar, Marina tem dito que vai governar “com os melhores” de todos os partidos. E cita entre os que pretende tirar do “banco de reservas” os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Eduardo Suplicy (PT-SP), Cristovam Buarque (PDT-DF) e até o ex-ministro José Serra, que disputa com Suplicy a vaga ao Senado pelo PSDB.

No limbo no PMDB, o senador Jarbas Vasconcelos, junto com Simon, sempre foi uma das vozes mais ácidas nas denúncias de abusos, desvios éticos, corrupção e desmandos dos governos do PT, e da relação com o comando do seu partido. O resultado dessa “rebeldia” foram anos de isolamento e uma verdadeira batalha para conseguir espaço para sua atuação parlamentar no Senado. O senador pernambucano diz estar muito feliz com o reconhecimento de Marina, independente de ser ou não aproveitado em um eventual futuro ministério da socialista. Jarbas acredita, no entanto, que, se eleita, Marina vai virar o jogo.

- Sou tratado aqui no Senado como um excluído, só pertenço a uma comissão e para falar só no pequeno expediente. Dentro do partido sequer participo das reuniões. Minha convivência com Renan sempre foi formal e distante. Agora ele vai ter que aprender a viver na oposição. Vamos à forra! É o vento da mudança virando a moeda, comemora Jarbas Vasconcelos, que disputa uma vaga como deputado federal

Apesar de ser um puxador de votos para o partido em São Paulo, Eduardo Suplicy nem sempre foi levado a sério como gostaria dentro do PT. Fiel à presidente Dilma Rousseff e ao partido, apesar das intrigas já travadas para disputar mandatos, ele aguarda a resposta de uma carta enviada à presidente em outubro passado. No termo, assinado por 81 senadores, ele solícita a criação de um grupo de estudos sobre etapas de transição do Bolsa Família para a Renda Básica de Cidadania, projeto pelo qual luta há muitos anos. Suplicy, no entanto, tem uma convivência muito próxima a Marina, e nos 30 anos de criação do PT, construíram uma relação de amizade sólida. Desde a década de 1980, interagiu com ela e Chico Mendes no Acre e, em 2001, quando enfrentou uma separação difícil da atual ministra da Cultura Marta Suplicy, se apoiou na amiga e companheira de partido. O petista foi um dos primeiros a assinar pela criação do partido de Marina, o Rede Sustentabilidade.

- Olha o nosso grau de amizade. A Marina sabe que eu sou católico. Na minha separação, eu estava muito preocupado e ela me disse: ‘olha Eduardo, eu tenho um amigo pastor e seria muito bom você ir conversar com ele. Eu fui e achei uma coisa positiva naquele momento’ comentou o petista.

Embora visto com críticas dentro do PT por sua independência, a candidatura de Suplicy a mais um mandato acabou aprovada por consenso porque o candidato do partido ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, precisaria de um bom puxador de votos. Nas últimas pesquisas, Suplicy aparece quase empatado tecnicamente com José Serra (PSDB). Sobre os “afagos” de Marina, Suplicy é cuidadoso para não melindrar a presidente Dilma, a quem disse, apoia até o fim.

- Esses elogios da Marina são o reconhecimento de que as propostas e princípios que defendo dentro do PT e para o Brasil são positivas. Temos muita afinidade e uma amizade muito sólida, disse o petista, citado até como possível ministro de Marina.

Demitido por telefone pelo ex-presidente Lula do ministério da Educação, o senador pedetista Cristovam Buarque integra a ala independente da base governista. Também está no banco de reservas citado por Marina como um dos que vão ajudá-la a governar.

Fonte: Agência Globo.




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