sexta-feira, 19 de setembro de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA - 19 DE SETEMBRO DE 2014

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

DEFICIÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO.

Nobres:
Ainda que possa parecer uma ilusão, num país que se nega a debater saídas concretas para a crise de representação política, a proposta deve pelo menos subsidiar a discussão, em contrapartida ao imobilismo. Países, a bem da verdade, de essência cultural preveem o respeito às manifestações da opinião pública sempre que um ou mais eleitos tenham suas performances questionadas por desvios de conduta, irregularidades ou mesmo inoperância. São muitas as formas para a viabilização de tal mecanismo, que resultaria na substituição dos questionados, mas o Brasil apenas ensaia o debate da opção, com apoio de estudiosos das muitas facetas da representação política. O interessante é que pode sensibilizar os que se esforçam pelo aperfeiçoamento da democracia, submetida a coalizões em que prevalecem os interesses específicos dos que chegam ao poder e não as demandas da sociedade e precisam fazer valer planos e projetos. É o que ocorre hoje no país, numa repetição de outros governos, em que o lastro de apoio partidário envolve conluios e a troca de favores, cargos e disputa por verbas públicas, numa distorção que se acentua em períodos eleitorais. O correto é que o eleitor não pode fazer valer seu ponto de vista, em relação aos ocupantes de cargos executivos e legislativos, apenas a cada eleição. O controle da atividade pública, favorecido pela lei da transparência, exige vigilância permanente, através das instituições fiscalizadoras. O eleitor não pode ficar esperando que um Congresso apegado a privilégios descarte o que sustenta seus vícios e seus próprios desmandos.

Antônio Scarcela Jorge.

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