De acordo com a presidente, erro na divulgação da Pnad foi “banal”, mas
será objeto de investigação.
Diante dos questionamentos sobre
os erros identificados na divulgação da mais recente Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílio (Pnad), na última semana, a presidente Dilma Rousseff
negou as críticas de que haveria um sucateamento do Instituto Brasileiro de
Pesquisa e Estatística (IBGE) e tentou, ao máximo, evitar uma associação direta
dos resultados da pesquisa com sua campanha eleitoral.
“Vou questionar essa historia de
sucateamento, que eu não sei quem inventou. Quero saber que órgão é sucateado,
se no meu governo contratei 834 servidores por concurso e mais 7 mil
funcionários temporários, que são aqueles agentes que fazem pesquisa na rua”,
disse a presidente em entrevista realizada no Palácio da Alvorada, na tarde de
hoje. “Sucateamento havia quando não tinha funcionário. No período de Lula até
2013 houve um aumento de 7% no numero de funcionários no instituto”, criticou.
< Dilma Rousseff faz campanha em
Santo Amaro, em São Paulo, com a Ministra da Cultura, Marta Suplicy, e
Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo paulista (20/09)
Dilma ponderou, entretanto, que
“nenhum órgão no Brasil é superior a tudo que acontece nos outros” e afirmou
que “todos são contingenciados”. Apesar disso, órgãos como o IBGE e outros
relacionados a educação, saúde e segurança observaram uma expansão de gastos
mesmo diante de uma redução no percentual de gastos com o funcionalismo público
em relação ao PIB, de 5% em 2012 para 4,2% nos dias atuais.
De acordo com a presidente, o
erro ocorrido foi “banal e de fácil detecção”, de forma que a observação foi
feita no mesmo dia da divulgação. A presidente disse não acreditar na
possibilidade de uma “conspiração” para adulterar os resultados, mas afirmou
que será realizada uma investigação para apurar o incidente. "Eu acredito,
em princípio, assim como vários diretores do IBGE, que houve um erro e passou
pela checagem. Agora, ninguém garante isso. Como ninguém garante, tem que
investigar."
Dilma afirmou ainda que não faria
nenhum julgamento prévio acerca da permanência da presidente do IBGE, Wasmália
Bivar, à frente do instituto. “Eu, em princípio, não julgo ninguém antes das
provas, de fazer uma averiguação. Se, eventualmente, se caracterizar qualquer
falta é óbvio que ela (Wasmália) não pode ficar no cargo, mas, não tendo falta,
a gente teria de ver, apurar as responsabilidades.”
Propaganda
eleitoral
Na entrevista, a presidente disse
também achar “estranha” a declaração do presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, Antonio Dias Toffoli, de que o uso do Palácio da Alvorada para
entrevistas e a gravação de programas eleitorais seria “uma vantagem indevida”.
Dilma afirmou que o uso das instalações foi comum durante a campanha de
antecessores como Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) e disse que ficaria sem teto, caso fosse proibida de usar o local.
“Só quero lembrar que todos os
meus antecessores usaram o Palácio, até porque, caso contrário, serei sem-teto
e não terei onde dar entrevistas porque não tenho casa aqui em Brasília. Irei
para a rua dar entrevista”, disse a presidente. Dilma afirmou, entretanto, que
aguarda um pronunciamento oficial do TSE acerca do assunto.
Acessibilidade
Em homenagem ao Dia Nacional de
Luta das Pessoas com Deficiência, a presidente apresentou também um balanço do
programa do governo federal “Viver Sem Limite”. Entre os avanços citados, Dilma
destacou as 648 mil matrículas de pessoas com deficiência em escolas públicas,
às quais já foram destinados mais de R$ 5,9 bilhões, de acordo com dados do
governo federal. A presidente ressaltou a importância da parceria com as
Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAES), que são responsáveis por
cerca de 23% das matrículas de pessoas com deficiência no país.
“É função do estado brasileiro
ser capaz de oferecer a todas as pessoas com deficiência o acesso a todas as
formas que tornem a vida sem limites, que garanta a eles uma integração na
sociedade, que permita a eles trabalhar, viver, se educar e superar limites,
que é o que todos nós fazemos também”, defendeu Dilma.
A presidente também fez questão
de citar o critério de prioridade para pessoas com deficiência ingressarem no
programa Minha Casa, Minha Vida e lembrou que há um total de 925 mil moradias
adaptadas em fase de entrega ou construção. Outro programa que também é
integrado ao Viver Sem Limite é o Pronatec, que possui uma reserva de 15 mil
vagas a pessoas com deficiência.
Fonte: IG Brasília.
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