DILMA TEM 39% E MARINA SILVA, 31%, DIZ IBOPE.
Segundo a pesquisa da CNI/Ibope, as duas estariam em empate técnico em
um eventual segundo turno.
Brasília. A
presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição pelo PT, lidera as
intenções de voto para o primeiro turno, com 39%, contra 31% de Marina Silva
(PSB) e as duas estão em empate técnico na simulação de uma segunda rodada de
votação, mostrou ontem a pesquisa CNI/Ibope. O candidato do PSDB à Presidência,
Aécio Neves, aparece em terceiro lugar com 15% das intenções de voto.
A menos de um mês da eleição,
havia expectativa entre os tucanos que a denúncia envolvendo a Petrobras e
políticos da base aliada de Dilma no Congresso pudesse ter influência eleitoral
a favor do PSDB, mas os números indicam que isso não aconteceu, pelo menos por
ora.
"Aparentemente pelo que a
gente está vendo não (teve nenhum impacto da denúncia). Não teve praticamente
nenhuma mudança dos patamares (de intenção de voto)", disse o gerente executivo
de pesquisas e competitividade da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
Renato da Fonseca.
"Eu vi a denúncia e não vi
muita discussão sobre o assunto", acrescentou Fonseca.
Informações obtidas com
vazamentos de depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa
mostraram que políticos e partidos aliados ao governo petista receberiam uma
espécie de "pedágio" por contratos fechados com a estatal.
Mas Fonseca não descartou que
possa vir a ocorrer impacto eleitoral, ainda que isso "vai depender
muito" de como a denúncia evoluir.
Empate
no 2º turno
A pesquisa encomendada pela
Confederação Nacional da Indústria também mostrou que Marina e Dilma estão em
empate técnico numa simulação de segundo turno. A candidata do PSB tem 43%
contra 42% da petista.
Numa eventual disputa de segundo
turno contra Aécio, as duas candidatas venceriam com folga a eleição. Dilma
teria 48% contra 33%. Marina venceria com diferença ainda maior: 51% a 27%.
A última pesquisa eleitoral
contratada pela CNI é de junho, o que impede a comparação dos cenários
eleitorais anteriores, já que o candidato do PSB à época era Eduardo Campos,
que morreu num acidente aéreo em agosto, em Santos.
Recuperação
Comparando os números divulgados
ontem, com a pesquisa Ibope publicada na semana passada - que havia sido
encomendada pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela TV Globo - as variações
ficaram dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais.
Naquele levantamento, para o
primeiro turno Dilma tinha 37%, Marina somava 33% e Aécio 15%. Na simulação de
segundo turno, a candidata do PSB derrotava a presidente por 46 a 39 por cento.
Os novos números reforçam que
Dilma recuperou um pouco de terreno, como pesquisa Datafolha divulgada na
quarta-feira já tinha mostrado. Naquela sondagem Marina mantinha vantagem
numérica sobre a presidente na simulação de segundo turno, mas no limite da
margem de erro: 47% a 43% - na anterior a candidata do PSB vencia o segundo
turno por 48% a 41% por cento.
Apesar da grande vantagem de
Dilma e Marina sobre Aécio, Fonseca disse que ainda não é possível garantir que
a eleição no primeiro turno já está definida e que já é certo um segundo turno
entre Marina e Dilma.
"Não está resolvido, tem uma
quantidade grande de indecisos e (eleitores) que podem mudar de opinião",
argumentou.
Se Dilma mostrou uma melhora
marginal nas pesquisas mais recentes, seu índice de rejeição na pesquisa
CNI/Ibope ainda é o maior entre os principais candidatos. O levantamento mostra
que 42% das pessoas não votariam de jeito nenhum na presidente. A rejeição de
Aécio é de 35% e a de Marina 26%.
Avaliação de
governo
De acordo com a pesquisa desta
sexta, a avaliação ótima/boa do governo Dilma subiu para 38 por cento em
setembro, ante 31 por cento de junho, enquanto a avaliação ruim/péssimo caiu de
33 por cento para 28 por cento. O percentual de eleitores que consideram o
governo regular variou dentro da margem de erro, de 34 por cento para 33 por
cento.
Quando comparadas com o
levantamento Ibope da semana passada, as taxas oscilaram dentro da margem de
erro. Avaliação ótima/boa era de 36 por cento, ruim/péssima estava em 26 por
cento e a regular era de 37 por cento.
Os números desta manhã mostraram
que a aprovação pessoal de Dilma subiu de 44 por cento em junho para 48 por
cento, e a desaprovação caiu de 50 por cento para 46 por cento.
O Ibope ouviu 2.002 pessoas, em
142 cidades, entre 5 e 8 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de 2
pontos percentuais.
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Candidata
do PSB pode ter atingido teto
A Marina cresceu inicialmente,
nem tanto por conta do impacto da morte de Eduardo Campos, mas em uma faixa do
eleitorado que deu a ela 20% dos votos na eleição passada. Não me parece que
tenha crescido pela comoção, mas simplesmente porque a candidatura foi posta.
Muitas pessoas não sabiam que ela era candidata e, na medida em que tomaram
conhecimento, declararam voto a ela. Além disso, o PSB não disse de bate-pronto
que ela seria a postulante. Então, cresceu com o eleitorado dela, mas essa
parcela tem um teto e Marina está chegando a esse teto. A queda mais recente da
candidata do PSB está dentro da margem de erro, o que mostra que tem um
eleitorado com voto consolidado. A Dilma cresceu porque herdou alguns votos do
Aécio. Parte do eleitor dele se desiludiu das possibilidades de vitória tucana
e optou por Dilma, em relação à Marina. A Dilma cresceu também porque o PT
reagiu e passou a atuar mais fortemente junto a prefeitos, governadores, cabos
eleitorais e militantes.
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