SÃO PAULO (Reuters) - O Partido
Socialista Brasileiro (PSB) disse neste sábado que defenderá o ex-governador de
Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em agosto, de acusações
por suposta participação em esquema de corrupção da Petrobras.
A revista Veja desta semana traz
matéria afirmando que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto
Costa teria citado em depoimentos à Polícia Federal os nomes de parlamentares
da base aliada do governo, o de um ministro e os de três governadores, entre
eles Campos, como envolvidos num suposto esquema de corrupção na empresa
estatal.
O ex-diretor da Petrobras é personagem
central da Operação Lava Jato da PF, que desarticulou organizações que tinham
como finalidade a lavagem de dinheiro em diversos Estados do país. Costa fez um
acordo de delação premiada, para contribuir com a investigação em troca de
redução de sua pena.
O presidente do PSB, Roberto
Amaral, disse em nota à imprensa que a reportagem da Veja "registra, sem
haver tido acesso ao conteúdo do depoimento, uma referência solta do depoente a
Eduardo". "Não há acusação digna de honesta consideração. Há, apenas,
malícia", acrescentou.
Campos era o candidato do PSB à
Presidência e ocupava a terceira colocação nas pesquisas de intenção de voto
quando morreu em 13 de agosto.
A ex-senadora Marina Silva, que
era vice na chapa encabeçada por Campos, assumiu a candidatura do PSB e
disparou nas pesquisas, deixando para trás Aécio Neves (PSDB) e representando
uma ameaça real à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
"Morto, Eduardo Campos não
pode se defender. Mas seu partido o fará, em todos os níveis, políticos e judiciais,
no cível e no criminal, e para esse efeito já está requerendo acesso ao
conteúdo integral do depoimento do administrador da corrupção na
Petrobras", disse o presidente do PSB.
O PSB afirmou ainda que desde as
primeiras denúncias de corrupção na Petrobras defendeu a instalação de CPI e
que Campos, já como pré-candidato à Presidência da República, queria que as
obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, fossem incluídas na
investigação.
As primeiras notícias com
informações sobre o teor dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras à PF
surgiram na imprensa no fim da sexta-feira, um mês antes do primeiro turno das
eleições.
"Continuaremos nossa
campanha eleitoral que já se avizinha como vitoriosa --para o desespero dos
muitos que não mais poderão explorar os recursos públicos em proveito pessoal e
de projetos político-partidários", disse o presidente do PSB.
"Permaneceremos, como
sempre, fiéis defensores do monopólio estatal do petróleo, em defesa da
Petrobras e em defesa do pré-sal como elementos essenciais de nosso projeto de
independência e soberania nacional. Mas não descuidaremos do combate à
corrupção", concluiu.
Fonte: Reuters.
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