SÃO PAULO - O candidato
à Presidência da República Aécio Neves (PSDB) disse neste sábado que as
denúncias de envolvimento nomes de parlamentares da base aliada do governo da
presidente Dilma Rousseff (PT) configuram um novo esquema do mensalão.
"O Brasil acordou perplexo
hoje com a gravidade das denúncias em relação à Petrobras. Na verdade, estamos
frente ao Mensalão 2. Dinheiro público sendo utilizado para sustentar um
projeto de poder", afirmou o candidato tucano, referindo-se ao esquema de
desvio de dinheiro público para compra de apoio parlamentar no primeiro mandato
do governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não se trata de um mal
feito isolado de alguém que involuntariamente ou solitariamente resolveu fazer
ali. É um processo contínuo, orquestrado, organizado. E, ao que me parece, sob
as bênçãos do governo do PT", disse Aécio em Presidente Prudente, no
interior de São Paulo, onde participou do Grande Encontro de Lideranças do
Pontal do Paranapanema.
Segundo reportagem da revista
Veja desta semana, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto
Costa teria citado em depoimentos à Polícia Federal dezenas de parlamentares da
base aliada do governo, um ministro e três governadores como envolvidos num
suposto esquema de corrupção na empresa estatal.
Entre os nomes que teriam sido
citados pelo ex-diretor da Petrobras na delação premiada estão os dos
presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL). Aparecem ainda o ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão, e três governadores, entre eles o ex-mandatário de Pernambuco Eduardo
Campos (PSB), morto num acidente aéreo em agosto.
As primeiras notícias com
informações sobre o teor dos depoimentos de Costa à PF surgiram na imprensa no
fim da sexta-feira, um mês antes do primeiro turno das eleições.
Aécio classificou a denúncia como
"vergonhosa" e disse que "só existe um instrumento à disposição
para limparmos definitivamente a vida pública do país, desse tipo de atitude,
que é o voto".
O candidato do PSDB está em um
distante terceiro lugar nas recentes pesquisas de intenção de voto e tem
levantado o tom contra Dilma e Marina Silva (PSB), que têm aparecido muito
próximas na liderança nas sondagens de Ibope e Datafolha no primeiro turno.
Mesmo sob pressão, Aécio tem dito
que confia que estará no segundo turno e que tem dúvidas sobre quem será sua
adversária, por ele considerar a candidatura de Dilma frágil e já derrotada e a
de Marina inconsistente.
Fonte: Reuters.
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