quinta-feira, 11 de setembro de 2014

BRASIL CORRUPTO - "DIÁRIO DA LADROÍCE"

 CASO PETROBRAS.


Teori autoriza divulgar dados sobre lava-jato. Documentos serão encaminhados à CPMI. Congressistas ouvirão Paulo Roberto Costa no próximo dia 17.

Brasília. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki autorizou o compartilhamento com a CPI Mista da Petrobras de cópias dos documentos que constam em seu gabinete referente à Operação Lava-Jato. Na decisão, contudo, o ministro não aponta se, entre os documentos que chegaram ao Supremo, está o conteúdo da delação premiada do ex-diretor Paulo Roberto da Costa.

Teori apontou ainda que os documentos estão sob sigilo de justiça e que os colegiados, como a CPI, devem "observar restrições de publicidade inerentes aos autos em tramitação sigilosa, com adoção de providências para que o teor dos documentos não transborde daquele âmbito institucional". Assim, o magistrado determinou o envio dos documentos à CPMI da Petrobras em até 48 horas.

De acordo com o ministro, nada impede o compartilhamento das provas obtidas na investigação judicial quando presente a correlação entre o objeto da CPI e o do caso que tramita na Justiça. Os documentos são referentes a dois casos que tramitam no STF: um referente a Paulo Roberto da Costa e outro relativo ao deputado André Vargas (sem partido-PR).

Ontem, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), defendeu o adiamento do depoimento de Paulo Roberto Costa na CPI Mista sobre a estatal. O parlamentar participou de reunião entre líderes do Congresso que acertou o depoimento de Costa para a próxima quarta, 17.

Representantes da cúpula do partido - como Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (RN) - teriam sido citados em depoimento de Costa feito ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal como integrantes de um esquema de desvios na Petrobras.

"Em processo de delação premiada não se pode falar nada. Defendi que deveria ter um depoimento apenas após o término da delação. Agora seria perda de tempo", afirmou Cunha.

O líder do PMDB considerou ainda como "muito ruim" os vazamentos das primeiras informações prestadas por Paulo Roberto Costa. "Acho muito ruim com qualquer um quando saem ilações desse tipo. O Henrique vai se defender do quê?", afirmou o deputado, referindo-se ao presidente da Câmara.

O líder do PT no Senado Federal, Humberto Costa (PE), também se posicionou a favor do adiamento do depoimento do ex-diretor da Petrobras, alegando que ouvi-lo agora seria "perda de tempo". "Ele não pode falar. Acho que, pelo acordo da delação premiada, ele não pode sequer revelar o teor".

Pasadena

Durante depoimento à CPMI da Petrobras, o ex-diretor da Área Internacional da petrolífera Nestor Cerveró voltou a defender a compra da Refinaria de Pasadena do grupo belga Astra Oil. Ele disse que o valor pago foi abaixo do custo médio de outras refinarias na época. Cerveró foi o autor do relatório que, em 2006, embasou a compra da refinaria pela Petrobras, no Texas (EUA). "Não é verdade que a refinaria tenha custado US$ 42 milhões. Foi em torno de 360 milhões".

Ex-diretor afirma não conhecer cláusulas

Rio de Janeiro. O ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, afirmou ontem que o documento recebido pela empresa sobre a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, não continha todas as informações sobre o negócio. Segundo ele, nem todas as cláusulas do contrato foram analisadas para posterior aprovação.

Depois de aprovado pelo presidente e por todos os diretores, o documento foi apresentado e referendado pelo Conselho de Administração, que reúne representantes dos acionistas, entre eles ministros do governo. "Aprovamos e depois é que observamos essas cláusulas. Elas complicaram a sustentabilidade econômica do negócio", disse Estrella, durante seminário da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia no Rio.

De acordo com ele, a compra da refinaria era estratégica para a Petrobras, que buscava agregar valor ao petróleo pesado para exportação.

Acrescentou que a refinaria norte-americana pareceu uma boa ideia, principalmente porque localizava-se no maior mercado consumidor de petróleo do mundo.

Em tom de desabafo, Estrella disse que o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, é "um bandido que exerceu por 30 anos cargo de gerência".

"Nas famílias ou mesmo nas instituições religiosas, tem gente boa e gente ruim. O Paulo Roberto é um bandido, que foi denunciado por este governo", declarou o ex-diretor diante de uma plateia de petroleiros.

Fonte: Agência Brasil.

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