Teori
autoriza divulgar dados sobre lava-jato. Documentos serão
encaminhados à CPMI. Congressistas ouvirão Paulo Roberto Costa no próximo dia
17.
Brasília. O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki autorizou o
compartilhamento com a CPI Mista da Petrobras de cópias dos documentos que constam
em seu gabinete referente à Operação Lava-Jato. Na decisão, contudo, o ministro
não aponta se, entre os documentos que chegaram ao Supremo, está o conteúdo da
delação premiada do ex-diretor Paulo Roberto da Costa.
Teori apontou ainda que os
documentos estão sob sigilo de justiça e que os colegiados, como a CPI, devem
"observar restrições de publicidade inerentes aos autos em tramitação
sigilosa, com adoção de providências para que o teor dos documentos não
transborde daquele âmbito institucional". Assim, o magistrado determinou o
envio dos documentos à CPMI da Petrobras em até 48 horas.
De acordo com o ministro, nada
impede o compartilhamento das provas obtidas na investigação judicial quando
presente a correlação entre o objeto da CPI e o do caso que tramita na Justiça.
Os documentos são referentes a dois casos que tramitam no STF: um referente a
Paulo Roberto da Costa e outro relativo ao deputado André Vargas (sem
partido-PR).
Ontem, o líder do PMDB na Câmara,
Eduardo Cunha (RJ), defendeu o adiamento do depoimento de Paulo Roberto Costa
na CPI Mista sobre a estatal. O parlamentar participou de reunião entre líderes
do Congresso que acertou o depoimento de Costa para a próxima quarta, 17.
Representantes da cúpula do
partido - como Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (RN) - teriam
sido citados em depoimento de Costa feito ao Ministério Público Federal e à
Polícia Federal como integrantes de um esquema de desvios na Petrobras.
"Em processo de delação
premiada não se pode falar nada. Defendi que deveria ter um depoimento apenas
após o término da delação. Agora seria perda de tempo", afirmou Cunha.
O líder do PMDB considerou ainda
como "muito ruim" os vazamentos das primeiras informações prestadas
por Paulo Roberto Costa. "Acho muito ruim com qualquer um quando saem
ilações desse tipo. O Henrique vai se defender do quê?", afirmou o
deputado, referindo-se ao presidente da Câmara.
O líder do PT no Senado Federal,
Humberto Costa (PE), também se posicionou a favor do adiamento do depoimento do
ex-diretor da Petrobras, alegando que ouvi-lo agora seria "perda de
tempo". "Ele não pode falar. Acho que, pelo acordo da delação
premiada, ele não pode sequer revelar o teor".
Pasadena
Durante depoimento à CPMI da
Petrobras, o ex-diretor da Área Internacional da petrolífera Nestor Cerveró
voltou a defender a compra da Refinaria de Pasadena do grupo belga Astra Oil.
Ele disse que o valor pago foi abaixo do custo médio de outras refinarias na
época. Cerveró foi o autor do relatório que, em 2006, embasou a compra da
refinaria pela Petrobras, no Texas (EUA). "Não é verdade que a refinaria
tenha custado US$ 42 milhões. Foi em torno de 360 milhões".
Ex-diretor
afirma não conhecer cláusulas
Rio de Janeiro. O
ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, afirmou
ontem que o documento recebido pela empresa sobre a compra da Refinaria de
Pasadena, nos Estados Unidos, não continha todas as informações sobre o
negócio. Segundo ele, nem todas as cláusulas do contrato foram analisadas para
posterior aprovação.
Depois de aprovado pelo
presidente e por todos os diretores, o documento foi apresentado e referendado
pelo Conselho de Administração, que reúne representantes dos acionistas, entre
eles ministros do governo. "Aprovamos e depois é que observamos essas
cláusulas. Elas complicaram a sustentabilidade econômica do negócio",
disse Estrella, durante seminário da Plataforma Operária e Camponesa para a
Energia no Rio.
De acordo com ele, a compra da
refinaria era estratégica para a Petrobras, que buscava agregar valor ao
petróleo pesado para exportação.
Acrescentou que a refinaria norte-americana pareceu uma boa ideia, principalmente porque localizava-se no maior mercado consumidor de petróleo do mundo.
Acrescentou que a refinaria norte-americana pareceu uma boa ideia, principalmente porque localizava-se no maior mercado consumidor de petróleo do mundo.
Em tom de desabafo, Estrella
disse que o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, é "um bandido
que exerceu por 30 anos cargo de gerência".
"Nas famílias ou mesmo nas
instituições religiosas, tem gente boa e gente ruim. O Paulo Roberto é um
bandido, que foi denunciado por este governo", declarou o ex-diretor
diante de uma plateia de petroleiros.
Fonte: Agência Brasil.
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