TEMER DECIDE VETAR PROJETO DA RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS DOS ESTADOS.
Informação foi confirmada pela Casa Civil; decisão acontece após Câmara retirar contrapartidas dos estados e Planalto estuda apresentar uma nova proposta ao Congresso, reinserindo exigências.
Após reuniões com a equipe econômica, o presidente
Michel Temer decidiu vetar, parcialmente, o projeto de lei aprovado pelo
Congresso e que permite a renegociação das dívidas dos estados com a União. A
informação foi confirmada pela Casa Civil no início da tarde desta quarta-feira
(28).
De acordo com a pasta, o veto será parcial e atingirá
apenas o trecho do texto que trata da recuperação fiscal. Assim, fica mantida a
parte sobre a renegociação das dívidas. Mais cedo, a Casa Civil havia informado
que o veto seria total.
Também na tarde desta quarta, o Ministério da Fazenda
publicou nota em que esclarece que "será vetado integralmente o Capítulo
II do projeto que cria o Regime de Recuperação Fiscal dos Estados e do Distrito
Federal."
O ministério diz ainda, na nota, que "continua
trabalhando para encontrar uma solução que dê instrumentos aos necessários
ajustes fiscais dos estados, considerando que o presidente da República decidiu
vetar parcialmente o projeto de lei que prevê a renegociação das dívidas com a
União."
Razão para o veto.
O motivo do veto é a retirada das contrapartidas que
deveriam ser cumpridas pelos estados para terem direito à ampliação, em 20
anos, do prazo para pagamento de suas dívidas com a União, entre outros
benefícios.
Pelo acordo feito com o governo, os estados deveriam
adotar medidas para ajustar suas contas, entre elas limitar o aumento de seus
gastos, elevar a contribuição previdenciária de servidores e não criar novos
cargo. Essas contrapartidas foram retiradas do texto ao
passar pela Câmara.
No Senado, elas voltaram ao projeto mas, com essa
alteração, ele precisou passar de novo pela análise dos deputados, que voltaram
a retirar as exigências aos estados.
Nova proposta.
Com a decisão de vetar o texto, tomada após reuniões
de Temer com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento,
Dyogo Oliveira, o governo ainda estuda o formato de reapresentação da proposta
incluindo as contrapartidas.
Temer determinou a elaboração de um novo projeto de
lei para substituir o texto aprovado na Câmara.
Uma das soluções em estudo é incluir a possibilidade
de que seja editado um decreto presidencial para que o próprio Executivo defina
essas medidas de contenção de gastos.
Essa solução poderia atender ao presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), que discorda da presença explícita das contrapartidas no
texto.
Para ele, determinar as exigências no projeto de lei
seria transformar a Câmara em “uma grande assembleia legislativa”.
Fonte: G1 – DF.
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