RENAN, TÃO NECESSÁRIO COMO INCÔMODO PARA O GOVERNO.
O senador Renan Calheiros venceu a
batalha, mas não a guerra para garantir sua sobrevivência política.
Por decisão do
Supremo Tribunal Federal, ele continua na presidência do Senado, mas não pode
assumir a Presidência da República em eventual ausência de Michel Temer e do
deputado Rodrigo Maia.
Ele não foi
afastado do cargo, como pediu o ministro Marco Aurélio Melo. Mas é certo que,
na Justiça, a vida dele será mais difícil daqui em diante.
Além deste em
que é réu por peculato, Renan aparece em 12 inquéritos, onde é acusado de
corrupção, lavagem de dinheiro; mais dois por peculato e até por formação de
quadrilha.
A metade dos
processos está dentro da Operação Lava Jato um deles, em segredo de Justiça. É
verdade que alguns desses processos ainda aguardam diligências da Procuradoria
Geral da República, o que quer dizer que será necessário mais tempo para o
julgamento.
Vale lembrar que
ele ficou surpreso ao saber que o STF o tornou réu neste primeiro processo. Ele
estava certo de que escaparia.
O ambiente para
Renan no STF não é nada bom. Basta ler com atenção alguns votos proferidos na
tarde desta quarta-feira.
Embora o resultado final tenha sido positivo para
ele, as críticas apareceram em votos, mas, sobretudo, em conversas internas. A
avaliação geral é a de que ele esticou a corda em excesso. Aliás, esta é a
marca do senador alagoano.
Muita gente
entrou em campo para colocar água na fervura, a começar pelo senador Jorge
Viana (PT-AC), primeiro vice-presidente do Senado, que assumiria o cargo na
ausência de Renan Calheiros.
O governo e
governistas no Congresso tinham uma preocupação premente: evitar uma crise
maior para garantir o cumprimento do prazo para votação na semana que vem, dia
13, do segundo turno da proposta de emenda constitucional que limita a despesa
pública, a chamada PEC do teto de gastos.
Também ajudou
Renan o teor do voto do ministro Marco Aurélio Melo que, embora pedindo o
afastamento dele, o fez sem consultar o conjunto do plenário e sem cumprir
alguns requisitos, como ouvir o réu ou aguardar a publicação da sessão em que
ele se tornou réu.
A esta altura,
uma boa solução para Renan era também boa para o Palácio do Planalto. Afinal,
ele se tornou, ao mesmo tempo, um aliado tão incômodo quanto necessário.
Fonte: G1 – DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário