SCARCELA JORGE |
COMENTÁRIO
Scarcela JorgeMOVIMENTO SEM SENTIDO.
Nobres:
Evidenciamos que os estudantes do ensino médio poderia
ter de ter de natural costume entre 15 e 18 anos uma idade de amadurecimento e
de muitos primeiros passos na vida em sociedade, que vão da habilitação para
dirigir ao direito de votar. A ocasião ideal para que esses jovens compreendam
seus direitos e responsabilidades, descubram o que podem realizar com seu
potencial e o que deveriam esperar (e cobrar) do poder público. Enfim, aprender
os valores democráticos e sua importância para que essa nova geração, que já
adentra o mercado de trabalho ou se prepara para a vida profissional, também
seja responsável por uma evolução cívica na vida nacional. Louve-se a
disposição dos estudantes de desejar que sua voz seja ouvida no momento em que
o governo anuncia uma reforma do ensino médio, com seus pontos positivos e
negativos e apesar da maneira equivocada como foi apresentada, por meio de
medida provisória. Ressalte-se também que não há registros de depredação nas
escolas, ao contrário de diversas ocasiões em que estudantes universitários
deixaram rastros de destruição em reitorias de universidades públicas Brasil
afora. Mas o movimento dos secundaristas, ainda que afete um número menor de
escolas em comparação com a greve anunciada pelos professores da rede estadual,
tem um peso que não pode ser menosprezado. O autêntico caminho democrático, que
é a pressão sobre os representantes do povo, é ignorado e substituído pela
tentativa de vencer no grito ou pelo cansaço. E a mensagem mais perniciosa que
os estudantes poderiam aprender em um momento como este é a de que as questões
políticas se resolvem pela força e pela chantagem. Ao impedir o funcionamento
das escolas, os manifestantes resolveram prejudicar um sem-número de colegas,
bloqueando-lhes o direito à educação e ignorando que o fim do ano é um período
especial para os estudantes do terceiro ano do ensino médio, que vêem chegando
os vestibulares e o Enem. Ora, por mais errado que esteja o governo federal ao
propor a reforma por medida provisória, ela ainda exige a apreciação do
Congresso. O autêntico caminho democrático, que é a pressão sobre os
representantes do povo, é ignorado e substituído pela tentativa de vencer no
grito ou pelo cansaço. Entre os estudantes sobre o teor da reforma, e a
manipulação da informação, pois vários itens hoje defendidos pelo Planalto já
foram parte, em outras épocas (leia-se durante o governo do PT) da pauta das
entidades do movimento estudantil, ávidas por se apropriar do movimento. Essas
entidades, no fim, vêem no idealismo dos jovens o campo fértil para
arregimentar massa de manobra para o “fora, Temer”, já que a bagunça foi a
única estratégia que restou à esquerda depois do impeachment e do desastre
eleitoral de 2 de outubro. A bandeira vermelha, com a foice e o martelo, desfraldada
mostrou que o ensino médio está sendo usado como pretexto para um objetivo mais
amplo, político-partidário. No fundo, não é só sobre o ensino médio e talvez
nem seja sobre o ensino médio. Se nas escolas a mensagem que prevalecer for a
do predomínio da força sobre a negociação, do desrespeito aos direitos dos
demais, da recusa ao diálogo pelos canais democráticos, aquilo que o movimento
estudantil chama de “primavera secundarista” não passará de uma “primavera
autoritária” uma triste iniciação política para tantos jovens. Entretanto nas
aldeias primordiais do nosso Ceará é seguida a manipulação das massas, incluso
os estudantes que segundo eles, esperam a volta triunfal do corrupto Lula ao poder!
Só se for o governo de qualquer unidade do nordeste que ostentam o secular subdesenvolvimento
cultural da região, uma hipótese inviável por ser o Brasil composto de vinte
sete unidades da federação brasileira. O triunfo a gente sabe e não perdemos por
esperar.
Antônio Scarcela Jorge.
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