TEMER ASSINA DECRETO QUE REAJUSTA SALÁRIO MÍNIMO PARA R$ 937 EM 2017.
Valor é R$ 8,8 menor do que os R$ 945,8 que haviam sido propostos pelo
governo em agosto; novo mínimo entra em vigor no domingo (1º) e deve ser
publicado na edição desta sexta (30) do DOU.
O novo salário mínimo, R$ 57 maior do que o atual,
deve ser publicado na edição desta sexta (30) do "Diário Oficial da
União".
O valor estipulado no decreto presidencial assinado
nesta quinta é R$ 8,8 menor do que os R$ 945,8 que haviam sido propostos em
agosto pelo governo federal.
Inclusive, no dia 15, o Congresso Nacional aprovou o
Orçamento de 2017 prevendo o reajuste do salário mínimo para R$ 945,8.
Ao justificar por meio de nota o fato de o reajuste
ter sido menor do que as previsões iniciais, o Ministério do Planejamento disse
que apenas aplicou as regras previstas na legislação.
O comunicado ressalta que a estimativa para o INPC em
2016, calculada pelo Ministério da Fazenda, é de 6,74%. Ou seja, menor do que a
previsão de 7,5% estimada em outubro, quando o projeto de Orçamento do ano que
vem foi enviado ao Congresso.
Porém, o índice de inflação é 0,27 pontos percentuais
maior do que o que vai ser aplicado ao salário mínimo de 2017.
Segundo o Ministério do Planejamento, a diferença a
menos que corresponderia a R$ 2,29 se deu porque a legislação permite que, na
hipótese de ocorrer diferenças entre as projeções dos índices utilizados para
calcular o aumento e o que foi efetivamente anunciado, seja feita uma
compensação no reajuste seguinte.
A pasta afirma que essa situação ocorreu no cálculo do
salário mínimo de 2016 resultante da diferença entre o valor observado para o
INPC em 2015 e a estimativa aplicada para o cálculo do reajuste do salário
mínimo deste ano.
Na nota, o ministério observou que, no acumulado do
ano, até novembro, o INPC está em 6,43%. Em razão de a inflação ter ficado
menor em 2016 do que as previsões, ponderou a pasta, o reajuste do salário será
menor do que o proposto na peça orçamentária.
Na mesma nota o Ministério do Planejamento informou
que o reajuste do mínimo para R$ 937 deve gerar um incremento de R$ 38,6
bilhões nos salários dos brasileiros em 2017, correspondente a 0,62% do PIB.
Cálculo do salário mínimo.
Atualmente, para calcular o reajuste do salário
mínimo, o governo soma a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC) do ano anterior ao resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos
antes.
A fórmula aplicada não permite que haja uma variação
negativa no salário mínimo.
Como o PIB recuou 3,8% em 2015 – ano que serve de
parâmetro para o salário mínimo em 2017 – a correção do mínimo no ano que vem
levará em conta, pela fórmula adotada, somente o valor da inflação deste ano.
Com isso, não haverá alta real (acima da inflação) do
salário mínimo no ano que vem.
Quando enviou a proposta do Orçamento de 2017 para o
Congresso, em agosto, o governo previa que o mínimo no ano que vem seria maior,
de R$ 945,80.
Como as estimativas para a inflação deste ano caíram, o valor
final acabou reduzido.
Pelo menos, 17 estados seguirão o decreto federal e
manterão o mesmo valor do salário mínimo adotado pela União: Acre, Alagoas,
Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso
do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte. Rondônia, Roraima,
Sergipe e Tocantins.
Aumentos reais.
Segundo dados do Departamento Intersindical de
Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese), desde 1998 os reajustes autorizados
vem garantindo aumento real no salário mínimo.
A última vez que a correção ficou abaixo do INPC foi
em 1997, quando foi registrada perda real de 0,98%, segundo o Dieese. Em 2016,
o ganho foi de 0,36% acima do INPC.
Estudo do Dieese mostra que, de 2002 a 2016, o salário
mínimo aumentou 77,18% acima da inflação, passando de R$ 200 para R$ 880.
Fonte: G1 – DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário