SCARCELA JORGE |
COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
EDUCAÇÃO DESAPROVADA.
Nobres:
Não é surpresa as estatísticas
divulgadas pelo o programa Internacional
de Avaliação de Alunos (PISA) acaba de comprovar o que a maioria das pessoas
está cansada de saber: a qualidade da educação nas disciplinas matemática,
leitura e ciências vão de mal a pior e dificilmente o Brasil conseguirá atingir
as metas estabelecidas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) para as próximas décadas. Apesar de que educadores em geral
notadamente nesta região, ‘aqui é outro mundo’ estarem cursando nas melhores
universidades do mundo! Pasmem os senhores que conserva a racionalidade. O
resultado da prova aplicada na disciplina Ciências, em 2015, com 23.141
estudantes de 841 escolas, das 27 Unidades da Federação, deixou o Brasil atrás
de países como Trinidad e Tobago, Costa Rica, Qatar, Colômbia e Indonésia.
Singapura, que ficou em primeiro lugar, alcançou 564 pontos, enquanto Hong Kong
aparece em segundo lugar, com 548 pontos e Macau, também na China, figurou na
terceira colocação, com 544 pontos. A média de notas dos países da Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) ficou em 490 pontos,
enquanto a nota do Brasil, que aparece apenas na 65ª colocação na disciplina de
matemática, foi de 377 pontos, pouca coisa a frente da última colocada no
ranking, a República Dominicana, que somou 328 pontos. Essa triste realidade
reforça a necessidade de uma profunda reforma na grade curricular brasileira,
mesmo porque todos os estudos, sejam eles internacionais ou nacionais, revelam
que os estudantes brasileiros têm péssimo desempenho na disciplina de
matemática. Quando avalia o quesito leitura, o ranking PISA também é
desanimador, com os estudantes brasileiros aparecendo na 59ª colocação numa
lista composta por 70 países. Enquanto a primeira colocada Singapura, obtiveram
535 pontos, seguida pelo Canadá e Hong Kong, ambos com 527 pontos, o Brasil
ficou com 407 pontos, muito abaixo da média dos países da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com 407 pontos e pouca coisa
melhor que a última colocada, Kosovo, que obteve 347 pontos. A situação do
Brasil no ranking PISA também é vexatória na disciplina Ciências, onde os
estudantes brasileiros ficaram com 401 pontos, número bem distante que os
apresentados pelos estudantes de Singapura, que ficaram em primeiro lugar com
556 pontos e pouco melhor que o resultado obtido pelos estudantes da República
Dominicana, que ficaram com 332 pontos. Na disciplina Ciências, exatos 81,96%
dos estudantes avaliados ficaram entre o nível mais baixo de conhecimento e o
nível 2, classificado como nível básico, volume muito acima da média da OCDE
para esses grupos, que foi de 46,04%. Detalhe: o nível 2 de aprendizagem em
Ciências é o mínimo necessário para se tornar um cidadão crítico e informado,
numa prova inconteste que os jovens brasileiros não estão sendo preparados,
tanto que os jovens avaliados não conseguem demonstrar as competências que vão
permitir que eles participem efetivamente e produtivamente nas situações
cotidianas relacionadas à ciência e tecnologia. Uma nação que não consegue
preparar seus jovens para entender a ciência ou conviver com as novas
tecnologias nunca será desenvolvida, de forma que o Brasil será fadado a
permanecer como país de terceiro mundo caso as autoridades não promovam uma
revolução na educação, priorizando o ensino infantil, implantando o tempo
integral no ensino fundamental e médio, mudando a grade curricular e
assegurando igualdade de princípios às crianças. A Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico aponta a distorção aluno-série, ou seja,
alunos que estão em séries inferiores às correspondentes para suas idades e
que, portanto, aprenderam menos que os demais, como uma das causas para o
desempenho pífio dos estudantes brasileiros no Programa Internacional de
Avaliação de Alunos, mas, na verdade, existe um conjunto de fatores que levaram
à essa triste realidade. O principal deles é a péssima estrutura das escolas
públicas brasileiras, onde a maioria dos estudantes não é seduzida para aprender
de forma lúdica em condições de igualdade com os alunos que freqüentam escolas
particulares. Na seqüência, aparece a distorção nas grades curriculares, com
pouca margem para o educador revolucionar na hora de aplicar as disciplinas de
matemática, ciência ou leitura. Por fim, a baixa remuneração dos professores da
rede pública de ensino, fator que nem mesmo a Lei n° 11.738, que instituiu o
piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público
da educação básica, conseguiu corrigir. Fica claro, portanto, que o desempenho
dos estudantes brasileiros no ranking PISA apenas reflete a pouca prioridade
que os governantes dão à educação. Para esses alienados pelos políticos
corruptos que riem desse bando, estão cientes da ignorância do analfabetismo
reinante nesta plaga.
Antônio
Scarcela Jorge.
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