SCARCELA JORGE |
COMENTÁRIO
Scarcela JorgeVISÃO EGOCÊNTRICA.
Nobres:
Eventos se discorrem como as festas de natal e ano
novo nos faz meditar a superficialidade dos fatos nos chama atenção dos desvios
imbuídos nos segmentos da nossa sociedade naturalmente reforçada a modernidade que
nos tem “harmonizar” uma facilidade muito grande quanto à vida material, no
entanto, essa mesma facilidade tem incutido em nós uma falsa noção de auto-suficiência,
o que silenciosamente vem adoecendo nossa alma. Vivemos tempos em que estamos
esquecendo a importância que o outro tem em nossa vida, estamos ignorando que o
outro está em nós porque estamos nele. De certa forma paira sobre nós uma
espécie de cegueira coletiva, que não nos deixa perceber o que as evidências
sociais e a própria vida mostram a todo o momento, ou seja, não somos aceitáveis,
porquanto isso é impossível, tanto da forma genética, quanto moral, ética e
intelectual. Ao longo de nossa trajetória, o ato de escutar e se fazer ouvir
nos transformaram em sujeitos compostos de experiências alheias. A troca de
conhecimentos nos trouxe até aqui, porquanto para sermos o que agora somos,
dependemos de nossos pais e antepassados de quem herdaram a cultura, os
costumes e as tradições, como também dos professores e mestres de quem
recebemos os saberes formais. O que julgamos incompetência não passa de um
embuste tão egocêntrico, quanto irreal, pois somos sujeitos multifacetados, um
conglomerado de experiências alheias. Para sermos regulares teríamos de ser
independentes, mas não somos, porquanto estamos fisgados aos valores, morais,
históricos, culturais, éticos, tradicionais e intelectuais da sociedade a qual
pertencemos. Talvez a atual exposição particular que os meios hoje proporcionam
tenha nos transformado em soberanos de um mundo só nosso, embora um mundo
paralelo e irreal. Nisso repousa a atual dificuldade de escutar o outro, pois
está se tornando muito difícil encontrar alguém que queira doar seu tempo em
prol de aliviar a ansiedade e a angústia do próximo. Desse novo aspecto social
está nascendo o fenômeno da desimportância do outro, ou seja, no meu reinado o
mais importante sou eu e quem entrar nele deve me servir. O importante nesse
contexto é avaliarmos em que momento se iniciou a falha ou ruptura social dos
relacionamentos que nos trouxe a esse cenário. Talvez tenha iniciado no
abandono da mesa, na qual há pouco tempo a família reunia-se para socializar o
alimento, oportunidades nas quais a conversa fazia parte desse rito familiar.
Talvez tenha se agravado um pouco mais com o advento da internet, que ao mesmo tempo em que
transformou seus usuários em cidadãos cosmopolitas, os levou para um mundo frio
e irreal. Mas neste contexto podemos associar-se todas estas questões incluindo
a sensibilidade humana como fator relevante para as nossas vidas.
Antônio
Scarcela Jorge.
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