sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2016

SCARCELA JORGE








COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

VISÃO EGOCÊNTRICA.
Nobres:
Eventos se discorrem como as festas de natal e ano novo nos faz meditar a superficialidade dos fatos nos chama atenção dos desvios imbuídos nos segmentos da nossa sociedade naturalmente reforçada a modernidade que nos tem “harmonizar” uma facilidade muito grande quanto à vida material, no entanto, essa mesma facilidade tem incutido em nós uma falsa noção de auto-suficiência, o que silenciosamente vem adoecendo nossa alma. Vivemos tempos em que estamos esquecendo a importância que o outro tem em nossa vida, estamos ignorando que o outro está em nós porque estamos nele. De certa forma paira sobre nós uma espécie de cegueira coletiva, que não nos deixa perceber o que as evidências sociais e a própria vida mostram a todo o momento, ou seja, não somos aceitáveis, porquanto isso é impossível, tanto da forma genética, quanto moral, ética e intelectual. Ao longo de nossa trajetória, o ato de escutar e se fazer ouvir nos transformaram em sujeitos compostos de experiências alheias. A troca de conhecimentos nos trouxe até aqui, porquanto para sermos o que agora somos, dependemos de nossos pais e antepassados de quem herdaram a cultura, os costumes e as tradições, como também dos professores e mestres de quem recebemos os saberes formais. O que julgamos incompetência não passa de um embuste tão egocêntrico, quanto irreal, pois somos sujeitos multifacetados, um conglomerado de experiências alheias. Para sermos regulares teríamos de ser independentes, mas não somos, porquanto estamos fisgados aos valores, morais, históricos, culturais, éticos, tradicionais e intelectuais da sociedade a qual pertencemos. Talvez a atual exposição particular que os meios hoje proporcionam tenha nos transformado em soberanos de um mundo só nosso, embora um mundo paralelo e irreal. Nisso repousa a atual dificuldade de escutar o outro, pois está se tornando muito difícil encontrar alguém que queira doar seu tempo em prol de aliviar a ansiedade e a angústia do próximo. Desse novo aspecto social está nascendo o fenômeno da desimportância do outro, ou seja, no meu reinado o mais importante sou eu e quem entrar nele deve me servir. O importante nesse contexto é avaliarmos em que momento se iniciou a falha ou ruptura social dos relacionamentos que nos trouxe a esse cenário. Talvez tenha iniciado no abandono da mesa, na qual há pouco tempo a família reunia-se para socializar o alimento, oportunidades nas quais a conversa fazia parte desse rito familiar. Talvez tenha se agravado um pouco mais com  o advento da internet, que ao mesmo tempo em que transformou seus usuários em cidadãos cosmopolitas, os levou para um mundo frio e irreal. Mas neste contexto podemos associar-se todas estas questões incluindo a sensibilidade humana como fator relevante para as nossas vidas.
Antônio Scarcela Jorge.

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