LAVA JATO ABRE MERCADO DE CERTIFICAÇÃO ANTICORRUPÇÃO PARA EMPRESAS.
Consultoria descobriu 'filão' de empresas que trabalham para o governo e criou certificação que atesta que empresas têm condutas de ética e anticorrupção; custo é de até R$ 50 mil.
Uma consultoria atuante no mercado de tecnologia da
informação aproveitou o “filão” da Operação Lava Jato e implantou uma
certificação que atesta que as empresas que trabalham com o governo federal
seguem condutas de ética e práticas anticorrupção.
A consultoria Paseli entende que há mercado para a venda
de certificações que atestem que empresas têm padrões éticos adequados. Para a
consultoria, é uma nova frente de negócios.
O CertiGov é fruto da Lava Jato.
“O certificado avalia se as empresas de fato elas
estão aptas para prestar serviços para os órgãos públicos”, explica Pamela
Ariane da Silva, diretora da Paseli Consulting, que certifica empresas
nacionais e multinacionais da área de tecnologia.
Outra demanda é de grandes empresas que querem
assegurar que seu fornecedores sigam os seus padrões éticos - a certificação
seria um caminho, explica a consultoria.
Segundo Pamela, a certificação custa entre R$ 25 mil e
R$ 50 mil, pois depende do porte da empresa e do número de funcionários.
Uma das clientes que está se certificando é a HP,
companhia de tecnologia da informação.
De acordo com Leonardo Rangel, gerente de Canais e
Alianças de Serviços da área de Technology Services da HP Brasil, a
certificação ainda está em fase de implementação na empresa.
“É a última etapa para garantir que a empresa está
apta para trabalhar na administração pública.
Antes é necessário saber a legislação e como os órgãos
trabalham, por exemplo”, informa.
Rangel explica que a HP trabalha bastante com o
governo federal, por meio de empresas parceiras.
“A gente tem que garantir que o parceiro que trabalha
lá na ponta com nossos produtos mantém a ética no segmento de governo para
evitar fraudes de toda forma possível”, diz.
Questionado se a busca da certificação tem a ver com
Operação Lava Jato, ele diz que, no caso da HP, não.
“É uma coisa que buscamos há um tempinho já, temos
mais de 6 mil parceiros no Brasil todo e não conseguimos que todos eles sigam
os processos adequados e tenham a documentação em ordem”, diz.
O gerente da HP ressalta que a empresa nunca esteve
envolvida em irregularidades e que se trata de uma prevenção. “Estamos tentando fazer um trabalho proativo
para evitar qualquer tipo de problema”, diz.
Segundo Rangel, entre os projetos implementados com o
governo estão armazenamento de dados e implantação de redes.
“Nós provemos equipamentos para tecnologia da
informação em órgãos como Receita Federal, ministérios, Banco do Brasil, Caixa
e Petrobras”, conta.
Os parceiros da HP montam o projeto e revendem os
produtos voltados para o Data Center, onde são armazenados os dados.
A venda, a instalação e o suporte é incumbência da HP,
mas como a empresa não tem estrutura suficiente para atender a todas as contas
do país todo, revende para os parceiros, que vendem para os órgãos públicos.
Critérios para certificar.
De acordo com Pamela, o CertiGov está sendo feito
atualmente com três empresas brasileiras e duas multinacionais.
“Vale ressaltar que cada multinacional traz uma série
de parceiros para certificar”, explica.
A certificação leva em média 3 meses para sair e
precisa ser revalidada anualmente.
Os critérios da certificação são baseados na Lei
12.846/13 (a lei brasileira anticorrupção), no Foreign Corruption Practice Act
– FCPA (norma norte-americana que é referência mundial), no Bribery Act – BA
(da Grã-Bretanha) e na Convenção de Combate à Corrupção de Agentes Públicos em
Transações Comerciais Internacionais da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Para a obtenção do selo são necessários 45
procedimentos para entrar numa licitação, incluindo documentação, além dos
processos de compliance, que garantem normas de ética e conduta e cumprimento
da lei anticorrupção e antipropina.
Pamela explica que entre as ações estão reuniões e
entrevistas individuais com funcionários para verificar se eles estão cientes
de todas as regras.
“A Lava Jato deu uma reviravolta, começaram a aparecer
as empresas que trabalhavam com o governo que tinham problemas e as que não
trabalhavam e viram uma luz no fim do túnel”, diz.
A consultoria começou há cerca de 6 anos ajudando as
empresas de tecnologia estrangeiras a trabalhar no Brasil, em especial com o
governo brasileiro, orientando sobre procedimentos jurídicos.
Além disso, especializou-se em identificar
direcionamento em licitações e ingressar com recursos para barrá-las.
De acordo com Pamela, as empresas estrangeiras também
querem que as companhias nacionais parceiras sejam idôneas e cumpram com as
regras.
A maior demanda é de multinacionais estrangeiras que
querem trabalhar no Brasil.
Fonte: G1 – DF.
Justo o que eu procurava sobre certificado de calibracao obrigada
ResponderExcluir