EXCELÊNCIA ^ O HERÓI CORRUPTO |
RENAN VOLTA A COMANDAR SESSÃO NO SENADO UM DIA APÓS SER MANTIDO NO CARGO.
Nesta quarta, Supremo derrubou liminar do ministro
Marco Aurélio Mello que determinava o afastamento de Renan da presidência do
Senado.
O presidente do Senado, Renan
Calheiros, abriu sessão no plenário da Casa às 10h35 desta quinta-feira (8), um
dia após ter sido mantido na presidência da Casa pelo Supremo Tribunal Federal
(STF), que derrubou liminar que determinava o afastamento do senador. Renan não
falou com a imprensa ao chegar ao Congresso e subiu direto para a tribuna.
Renan se recusou a
assinar a notificação, apesar de o oficial de Justiça ter passado a manhã
seguinte em frente ao gabinete do senador. Também na terça, a Mesa Diretora do
Senado assinou documento no qual dizia que Renan não se afastaria e aguardaria
decisão do plenário do Supremo.
Após o STF tê-lo mantido na função, Renan
classificou a decisão do tribunal de "patriótica". (VIVA A CORRUPÇÃO)
A pauta da sessão do Senado desta
quinta possui 17 itens. Entre os projetos, está o que endurece as punições para
autoridades que cometem abuso.
O plenário, contudo, deverá analisar um
requerimento de 22 senadores que pede a retirada da urgência dessa proposta,
apresentada por Renan, o que pode fazer com que o texto não seja votado nos
próximos dias.
Alvo de críticas de
representantes do Judiciário e do Ministério Público, a proposta também foi
criticada nos protestos que ocorreram no país no último fim de semana.
Setores contrários à medida
argumentam que ela representa uma espécie de retaliação de Renan Calheiros às
investigações que envolvem políticos o senador responde inquéritos no STF no
âmbito da Operação Lava Jato e é réu em uma ação penal.
Investigado na Lava Jato, o
presidente do Senado defende a proposta e diz que a legislação sobre o abuso de
autoridade precisa ser atualizada para proteger o cidadão de arbitrariedades.
Bate-boca.
Em meio à sessão, Renan bateu
boca com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) por conta da votação do segundo
turno da PEC do teto de gastos, que deve ocorrer na próxima semana.
A discussão teve início porque
integrantes da oposição não queriam que Renan contabilizasse a sessão extraordinária
desta quinta-feira, como prazo para viabilizar a votação da PEC.
O presidente do Senado, no
entanto, recorreu ao regimento interno da Casa para afirmar que a sessão
contava, sim, para a contagem de prazo. A interpretação do peemedebista irritou
parlamentares petistas.
Renan lembrou que um acordo de
líderes definiu o calendário de votação da PEC, prevendo a análise do segundo
turno na próxima terça (13).
Lindbergh, então, afirmou que
houve um acordo entre o governo do presidente Michel Temer e ministros do
Supremo para manter Renan na presidência do Senado e, com isso, garantir a
votação da medida que limita os gastos federais nas próximas duas décadas.
“Vossa excelência tem que
entregar a mercadoria agora!”, provocou Lindbergh.
“A mercadoria o senhor já
entregou quando fez aliança tácita com o senador Ronaldo Caiado”, rebateu
Renan, sugerindo que Lindbergh e líder do DEM haviam acertado que Jorge Viana
deveria presidir o Senado com o impasse provocado por Marco Aurélio.
Caiado negou que tenha feito
qualquer tipo de acordo com Lindbergh e disse que defendeu apenas que a decisão
de Marco Aurélio fosse cumprida.
Depois disso, Renan tentou
acalmar os ânimos e falou que havia exagerado ao se expressar. “Foi uma
convergências de idéias, então, senador Caiado.”
Sem votação
Ao longo da sessão, Renan tentou
colocar em votação um projeto que autoriza a União, o Distrito Federal e os
estados a venderem para bancos créditos tributários derivados de débitos de
empresas.
Defensores da proposta dizem que
a antecipação de receitas pode aliviar a crise financeira dos estados, mas os
parlamentares levantaram dúvidas em relação aos efeitos do projeto.
Sem consenso para votar o
projeto, Renan saiu da sessão e passou o comando para o
primeiro-vice-presidente da Casa, senador Jorge Viana (PT-AC). O petista tentou
costurar um acordo para votar o texto, mas a análise foi adiada para a próxima
terça.
Neste momento, como o plenário já
estava esvaziado, Viana encerrou a sessão extraordinária sem que nenhum projeto
fosse votado.
O requerimento que retirava o
projeto de abuso de autoridade da pauta de votações não chegou sequer a ser
discutido pelos senadores na sessão desta quinta.
Fonte: G1 – DF.
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