terça-feira, 13 de dezembro de 2016

DENÚNCIA EM DESFAVOR DE RENAN

^O DISFARCE É O IMPERATIVO
 DA CORRUPÇÃO.







PGR DENUNCIA RENAN CALHEIROS AO STF NA LAVA JATO POR LAVAGEM E CORRUPÇÃO.

É a primeira denúncia contra o presidente do Senado em inquéritos da Lava Jato; senador alagoano é alvo de oito investigações que apuram se ele se beneficiou do esquema de corrupção.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nesta segunda-feira (12), ao Supremo Tribunal Federal (STF), a primeira denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na Operação Lava Jato.

Ele se tornou réu no início do mês por desvio de dinheiro público, mas em uma investigação que não tem relação com o esquema de corrupção que atuava na Petrobras.

A denúncia desta segunda-feira foi apresentada em um dos oito inquéritos nos quais o senador peemedebista é alvo na Suprema Corte. Desta vez, ele é acusado pelo chefe do Ministério Público de ter cometido os crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Para que o parlamentar alagoano vire réu, antes os ministros do Supremo precisam aceitar a denúncia e abrir uma ação penal. Antes, no entanto, o tribunal deve notificar Renan a apresentar defesa prévia.

O inquérito no qual o presidente do Senado foi denunciado apura a suposta atuação de Renan e do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) na contratação da empresa Serveng Civilsan pela Petrobras.

Segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Lava Jato, os dois parlamentares do PMDB receberam propina para viabilizar o negócio.

Aníbal Gomes também foi denunciado pela PGR por lavagem e corrupção passiva. Já um diretor da Serveng foi acusado por Janto de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

O procurador-geral pediu ao STF que Renan e Aníbal sejam afastados dos cargos eletivos e, além disso, paguem multa de R$ 1,6 milhão aos cofres públicos por conta dos crimes que teriam cometido ao receber propina em contrapartida ao contrato da 

Petrobras com a Serveng Civilsan.

Da indenização cobrada pelo Ministério Público, R$ 800 mil se referem a reparação por danos materiais e outros R$ 800 mil ao valor que teria sido desviado da estatal do petróleo.

O que disseram os suspeitos.

"jamais autorizou ou consentiu" que Aníbal Gomes "ou qualquer outra pessoa falasse em seu nome em qualquer circunstância.

"O senador reitera que suas contas eleitorais já foram aprovadas e está tranqüilo para esclarecer esse e outros pontos da investigação", destaca trecho da nota.

Já Aníbal Gomes disse que ainda não havia tomado conhecimento da denúncia da PGR, mas negou envolvimento em qualquer irregularidade.

O parlamentar cearense afirmou que acompanhou representantes da Serveng em uma reunião com Paulo Roberto Costa. O encontro, segundo Gomes, teve como objetivo apresentar o projeto de um porto com investimento privado e questionar se a Petrobras tinha interesse em alugar um ponto do empreendimento.

“A Petrobras não se interessou, nada foi feito. E mesmo que tivesse acontecido, não envolvia dinheiro público”, disse.

Por meio de nota, a Serveng Civilsan informou à TV Globo que recebeu com "surpresa e indignação" a notícia de que um de seus funcionários foi também denunciado pela PGR.

"Ao longo de toda a investigação a empresa esteve à disposição das autoridades tendo inclusive prestado detalhado depoimento. A alegação de que a Serveng Civilsan fez doações eleitorais com o fim de 'participar de licitações mais vultosas na Petrobras' não faz qualquer sentido e sua inveracidade será provada na primeira oportunidade que nossa defesa tiver para se manifestar nos autos, diz trecho do comunicado divulgado pela empresa.

Outras investigações.

Além dos oito inquéritos que é alvo na Lava Jato, Renan ainda responde a outros três inquéritos no STF, sendo um da Operação Zelotes que investiga um esquema de compra de sentenças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), um sobre fraudes na construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e outro sobre movimentação financeira suspeita.

O presidente do Senado já é réu em uma ação penal no STF acusado de peculato (desvio de dinheiro público). Neste processo, a PGR afirma que Renan fraudou movimentação financeira para justificar ter dinheiro para pagar a pensão de uma filha que teve em uma relação extraconjugal com a jornalista Mônica Velloso.

Segundo a Procuradoria, o diretor da Serveng denunciado fez duas doações oficiais ao diretório nacional do PMDB: de R$ 500 mil em 18/08/2010 e R$ 300 mil em 24/09/2010.

O dinheiro foi repassado do diretório nacional para o comitê financeiro do partido em Alagoas e de lá para Renan Calheiros em operações financeiras fracionadas, o que foi apontado pela Procuradoria como "estratégia de lavagem de dinheiro".

Ainda segundo a acusação, o apoio para manutenção de Paulo Roberto Costa foi confirmado por outros delatores, como Alberto Youssef, Fernando Soares, o Fernando Baiano, e Delcídio do Amaral.

A Procuradoria aponta ainda ter provas como registro de entradas na Petrobras e quebra de sigilos bancários que confirmam as informações.
Fonte: G1 – DF.

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