quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUINTA-FEIRA, 22 DE DEZEMBRO DE 2016

SCARCELA JORGE








COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

DISSIMULAÇÃO IDEÓLOGICA.

Nobres:
A morte de Fidel foi motivo para que muitos políticos e intelectuais aparecessem publicamente elogiando os “grandes feitos” da ditadura cubana, mas qualquer exame da realidade na ilha evidencia de pronto a situação degradante em que vive o povo. Com tanta informação disponível e de fácil acesso no mundo de hoje, só não enxerga as conseqüências do socialismo quem não quer. Por exemplo, os lulistas de forte convicção ideológica podemos dizer algum sujeito de convicções mais à esquerda, se tem mesmo ideologia de interesses ou é mais voltada para corrupção e a ladroagem. Novamente, o apelo é de que a verdade está muito mais acessível os nossos olhos se nos despirmos da vontade de estarmos certos a todo o custo. Estão dizendo por aí que Fidel Castro foi um “grande líder”. Ora, é possível ser medíocre na maldade. Não foi o caso de Fidel, e nesse sentido ele pode ser chamado de “grande”. Na verdade é o capitalismo ser um sistema que perpetua e fomenta a desigualdade social, e o mundo seria um lugar melhor se os governantes confiscassem a riqueza dos burgueses (via desapropriações ou via impostos) e redistribuíssem igualitariamente entre o povo: eis, sinteticamente, o mito do socialismo, que foi tão bem difundido a ponto de já ser o feijão com arroz das escolas e universidades, especialmente na América Latina. O problema é que esse mito já foi desmentido pela realidade em inúmeras ocasiões, justamente porque experiências de governos ditatoriais à esquerda não faltaram para demonstrar que a desigualdade no socialismo só muda de endereço e se aprofunda: passa a ser entre o povo e os burocratas num ambiente muito mais miserável e hostil que o anterior. E essa é só a ponta do iceberg, pois pior do que viver na pobreza é ter a liberdade reduzida a quase nada, é ter a voz calada, é ser julgado sem ter o direito de se defender, é correr o risco de perder a vida, a própria ou a de entes queridos, por fazer oposição ao governo. Todo mundo sabe que essas coisas aconteceram e ainda acontecem em ditaduras.
Antônio Scarcela Jorge.

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