COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
EDUCAÇÃO SEM ATENÇÃO.
Nobres:
Analisados por dois aspectos o desleixo por parte do
poder público que atende exclusivamente interesses próprios e em comum com
parte integrante dessa classe. Em tempo algum, a profissão de professor foi tão
desprestigiada, como também não há registros em nossa história de uma perda
considerável de status social como tem ocorrido nos últimos anos, a ponto de um
prefeito derrotado subestimar a tão honrosa categoria por reinvidicar seus
salários atrasados há anos advindos de acordos com gestores viciosos, numa
estratégia das assessorias, que maldosamente orientam o gestor neste sentido. Enquanto
não houver punição drástica esse modo torna-se permanente e impunitivo. Por
outro lado se faz prova em relação a desvalorização profissional e baixo nível
das faculdades de formação, tem colaborado para o desbotamento silencioso do
valor da mais importante função que um ser humano pode exercer sobre a Terra.
Como se não bastassem às dificuldades elencadas, atualmente o professor se vê
pressionado a exercer o papel do educador familiar, o que não é, e jamais foi
seu encargo. A educação formal dos saberes teóricos e práticos se faz tão
importante quanto à educação familiar dos costumes, da moral e da cultura, pois
enquanto uma nos prepara para os relacionamentos sociais a outra nos
proporciona subsídios e estrutura para cumprirmos com nossos deveres e
obrigações ante a sociedade que pertencemos. Neste contexto o educador formal
não pode transfigurar-se por determinado período de um dia, em pai e mãe de seu
educando, pois esses dois tipos de educação divergem entre si, ou seja, cada
uma tem uma determinada especificidade, como também um cuidado tutor. A
divergência decorrente do processo do ensinar não é em si prejudicial ao aluno,
mas é o que mantém o equilíbrio na formação de um cidadão íntegro e honrado. Mesmo
ante todas as dificuldades existentes no meio educacional, ainda se percebe
muitos professores que exercem a profissão como um sacerdócio, uma devoção que
transcende o entendimento humano, pois em uma época em que tudo é mercadoria,
está se tornando raro comportamento como esse. São esses professores que se
tornam marcantes na vida de seus aprendizes, pois não ensinam apenas o que é
peculiar, mas despertam a curiosidade e a vontade de desvendar o desconhecido.
Educadores que sem perceber se tornam referências inesquecíveis na vida de seus
alunos, pois permitem que eles se posicionem, indaguem e participem do processo
da aprendizagem. A devoção desses professores excepcionais está no fato de não
se prenderem somente nas questões burocráticas e formais, mas ao se esforçarem
para criar mecanismos que despertem nos alunos o espírito crítico e o correto
uso da lógica, sem influência político ideológica, isto é, a formação de
cidadãos autônomos moral e intelectualmente, a preparação não somente para o
mercado de trabalho, mas também para a vida. O professor por excelência é
aquele que amando o que faz deseja mais do que tudo, ser superado por seu
aluno, fora isso, o educador é apenas um repassador de conhecimentos. O bom
professor é aquele profissional capaz de encontrar sempre uma forma de
despertar o interesse de seu aluno pelo conhecimento e a vontade de ir além, ir
à busca de encontrar-se consegue mesmo, com seus potenciais e vivenciá-los Os
nossos melhores professores foi aqueles que proporcionaram o protagonismo da
sala de aula aos alunos. Profissionais que mantinham controle sobre o próprio
ego, mantendo-se longe da possibilidade de tornar-se o centro das atenções e
com isso monopolizar o ensino. Educadores que sabiam compartilhar o conhecimento
e também absorvê-lo e ninguém é tão ignorante a ponto de não ter o que ensinar
e muito menos é tão inteligente que não tenha o que aprender.
Antônio
Scarcela Jorge.
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