domingo, 11 de dezembro de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - DOMINGO. 11 DE DEZEMBRO DE 2016

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

EDUCAÇÃO SEM ATENÇÃO.

Nobres:
Analisados por dois aspectos o desleixo por parte do poder público que atende exclusivamente interesses próprios e em comum com parte integrante dessa classe. Em tempo algum, a profissão de professor foi tão desprestigiada, como também não há registros em nossa história de uma perda considerável de status social como tem ocorrido nos últimos anos, a ponto de um prefeito derrotado subestimar a tão honrosa categoria por reinvidicar seus salários atrasados há anos advindos de acordos com gestores viciosos, numa estratégia das assessorias, que maldosamente orientam o gestor neste sentido. Enquanto não houver punição drástica esse modo torna-se permanente e impunitivo. Por outro lado se faz prova em relação a desvalorização profissional e baixo nível das faculdades de formação, tem colaborado para o desbotamento silencioso do valor da mais importante função que um ser humano pode exercer sobre a Terra. Como se não bastassem às dificuldades elencadas, atualmente o professor se vê pressionado a exercer o papel do educador familiar, o que não é, e jamais foi seu encargo. A educação formal dos saberes teóricos e práticos se faz tão importante quanto à educação familiar dos costumes, da moral e da cultura, pois enquanto uma nos prepara para os relacionamentos sociais a outra nos proporciona subsídios e estrutura para cumprirmos com nossos deveres e obrigações ante a sociedade que pertencemos. Neste contexto o educador formal não pode transfigurar-se por determinado período de um dia, em pai e mãe de seu educando, pois esses dois tipos de educação divergem entre si, ou seja, cada uma tem uma determinada especificidade, como também um cuidado tutor. A divergência decorrente do processo do ensinar não é em si prejudicial ao aluno, mas é o que mantém o equilíbrio na formação de um cidadão íntegro e honrado. Mesmo ante todas as dificuldades existentes no meio educacional, ainda se percebe muitos professores que exercem a profissão como um sacerdócio, uma devoção que transcende o entendimento humano, pois em uma época em que tudo é mercadoria, está se tornando raro comportamento como esse. São esses professores que se tornam marcantes na vida de seus aprendizes, pois não ensinam apenas o que é peculiar, mas despertam a curiosidade e a vontade de desvendar o desconhecido. Educadores que sem perceber se tornam referências inesquecíveis na vida de seus alunos, pois permitem que eles se posicionem, indaguem e participem do processo da aprendizagem. A devoção desses professores excepcionais está no fato de não se prenderem somente nas questões burocráticas e formais, mas ao se esforçarem para criar mecanismos que despertem nos alunos o espírito crítico e o correto uso da lógica, sem influência político ideológica, isto é, a formação de cidadãos autônomos moral e intelectualmente, a preparação não somente para o mercado de trabalho, mas também para a vida. O professor por excelência é aquele que amando o que faz deseja mais do que tudo, ser superado por seu aluno, fora isso, o educador é apenas um repassador de conhecimentos. O bom professor é aquele profissional capaz de encontrar sempre uma forma de despertar o interesse de seu aluno pelo conhecimento e a vontade de ir além, ir à busca de encontrar-se consegue mesmo, com seus potenciais e vivenciá-los Os nossos melhores professores foi aqueles que proporcionaram o protagonismo da sala de aula aos alunos. Profissionais que mantinham controle sobre o próprio ego, mantendo-se longe da possibilidade de tornar-se o centro das atenções e com isso monopolizar o ensino. Educadores que sabiam compartilhar o conhecimento e também absorvê-lo e ninguém é tão ignorante a ponto de não ter o que ensinar e muito menos é tão inteligente que não tenha o que aprender.
Antônio Scarcela Jorge.

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