sábado, 9 de julho de 2016

QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA

 RECURSO DE CUNHA.

Relator diz que analisará recurso de Cunha 'de forma célere e imparcial'.

Ronaldo Fonseca (PROS) recomendou anular votação do Conselho de Ética.

Relator do recurso de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF) divulgou nota nesta sexta-feira (8) na qual diz que analisará o novo recurso do ex-presidente da Câmara de forma “célere” e “imparcial.

Após renunciar à presidência da Casa, Cunha protocolou recurso na CCJ pedindo que o processo de cassação seja devolvido ao Conselho de Ética. 

O peemedebista argumenta que o caso precisa ser revisado, uma vez que ele não comanda mais a Câmara.

O recurso foi interpretado por adversários de Eduardo Cunha como mais uma “manobra” do peemedebista para atrasar o processo de cassação.

“Ronaldo Fonseca reafirma que tratará este aditivo de forma imparcial, sobrepondo a juridicidade e o olhar técnico às pressões de quem quer que seja”, afirma a nota, divulgada pela assessoria de imprensa do PROS.

O deputado fará essa análise da forma mais célere possível.
Qualquer que seja o seu parecer, o parlamentar trabalhará para afastar possível judicialização do processo, o que arrastaria por mais um longo e sofrido período esse debate, completa o documento.


O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que tem dúvidas sobre o que fazer com o pedido de Cunha.
Serraglio afirmou que não sabe se a questão é uma atribuição da CCJ ou do Conselho de Ética.

Segundo o presidente da CCJ, Fonseca está estudando o recurso e é o relator quem vai apontar o que deve ser feito com o pedido de Cunha.

Serraglio afirmou que deve devolver o caso se for entendido que o pedido é de responsabilidade do conselho.
Trâmite na CCJ.

Antes do aditamento, Ronaldo Fonseca leu um parecer em que recomenda a anulação da votação no Conselho de Ética por entender que houver erro no procedimento.

Inicialmente a votação aconteceria na segunda-feira (11), mas o presidente da CCJ cancelou a sessão e marcou uma nova para terça-feira (12).

No entanto, a votação pode não acontecer. Isso porque o colégio de líderes partidários marcou uma sessão extraordinária no mesmo dia e faixa de horário para eleição do novo presidente da Câmara.

Votações no plenário principal da Casa impedem a realização de qualquer deliberação nas comissões, segundo o regimento interno da Câmara.

Veja a íntegra da nota de Ronaldo Fonseca:

"A Assessoria de Comunicação da Liderança do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) na Câmara dos Deputados, juntamente com a assessoria de gabinete do deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), relator do recurso do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Casa, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, informa:
O deputado seguirá com a mesma postura e não se manifestará previamente sobre o aditamento ao recurso entregue ontem pela defesa do deputado Eduardo, o qual foi recebido e juntado ao processo pelo presidente da CCJ, deputado Osmar Serraglio.

Ronaldo Fonseca reafirma que tratará este aditivo de forma imparcial, sobrepondo a juridicidade e o olhar técnico às pressões de quem quer que seja.

Fará essa análise da forma mais célere possível, preservando o princípio da ampla defesa e do devido processo legal e seguir, rigorosamente, as normas atinentes ao processo estabelecidas no Regimento Interno da Casa e na Constituição Federal de 1988. 

Qualquer que seja o seu parecer, o parlamentar trabalhará para afastar possível ‘judicialização’ do processo, o que arrastaria por mais um longo e sofrido período esse debate.

Horas após anunciar renúncia à presidência da Câmara, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apresentou a inclusão de pedido em seu recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para que o processo pela sua cassação volte ao Conselho de Ética. 

Ele argumenta que o caso deveria ser revisado, uma vez que agora não é mais presidente.

O relator na comissão, deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF), leu um parecer em que recomenda a anulação da votação no conselho por entender que houver erro no procedimento de votação. A votação foi adiada para a semana que vem.

No requerimento de aditamento entregue à CCJ, Cunha argumenta que "um dos motivos determinantes" que levaram à aprovação de um parecer pela sua cassação foi o fato de que exercia o cargo de presidente e, diante da renúncia, o caso deveria ser reexaminado pelo colegiado.

Ele também pondera que não se pode descartar que, "em circunstâncias diferentes, isto é, não sendo presidente, haveria a possibilidade de ser absolvido pelo colegiado".

O requerimento foi entregue ao presidente da comissão, Osmar Serraglio (PMDB-PR), que ficou de analisar a situação e não há previsão de quando deverá tomar uma decisão. 

Em tese, se ele acatar o pedido, poderá enviar de ofício o processo de volta ao Conselho de Ética, isto é, com apenas uma canetada.

A sessão da CCJ para discutir e votar o parecer de Fonseca havia sido marcado para segunda-feira (11), mas foi remarcada por Serraglio para o dia seguinte após o anúncio da renúncia.

No entanto, o horário da comissão vai coincidir com o da sessão convocada para a tarde de terça-feira (12) para realizar a eleição para a presidência da Câmara, o que inviabilizará a discussão sobre o parecer do recurso.

Na prática, a votação sobre o recurso de Cunha deverá ficar para depois da escolha do novo presidente da Casa e, possivelmente, após o "recesso branco", entre 18 e 31 de julho.

Adversários de Cunha o acusam de ter renunciado como parte de uma estratégia articulada com o Palácio do Planalto para tentar salvar o seu mandato de parlamentar.

O deputado Alessandro Molon (Rede - RJ) questionou a remarcação da CCJ para o mesmo horário da eleição à presidência. 

Na avaliação dele, a medida visa garantir a eleição de um aliado de Cunha que poderá agir para manobrar o quando a cassação chegar no plenário.

"É antirregimental marcar uma eleição de presidente antes de resolver a questão do Eduardo Cunha. 

Querem salvá-lo e é isso que está por trás da remarcação da CCJ", protestou ao deixar a reunião de líderes que definiu a eleição para terça.
Fonte: G1 – DF.

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