SCARCELA JORGE
BRASIL UM ‘ESCRITÓRIO’ DAS CONTRADIÇÕES.
Nobres:
O Brasil de hoje é um “ambulatório” perfeito
para saber quem tem razão, se os otimistas ou os pessimistas. Entretanto a
democracia deposita o melhor de suas esperanças no debate de idéias, apostando
que este conduzirá a sociedade às melhores decisões. Sabemos que nem sempre é
assim: o poder das opiniões mais sensatas e lúcidas é limitado, tal como a
tentativa dos pais de demover os filhos de atitudes e comportamentos
equivocados. Não foi por falta de bons debates e de advertências que o Brasil
chegou aonde está: já durante a votação da Constituição Federal, Roberto Campos
advertiu que estávamos construindo uma carta de desejos que não cabia na
realidade brasileira. Quando Fernando Collor de Mello estava em campanha, não
foram poucos os que se mostraram preocupados com os embustes do discurso do
'Caçador de Marajás'. E desde os primórdios do Partido dos Trabalhadores, não
faltaram aqueles que denunciaram o atraso e o retrocesso de parte do seu
programa. Lamentavelmente, o rumo de toda a má imaginação que não é desarmada a
tempo é ser colocada em prática. Os otimistas acreditam que, apesar dos altos
custos envolvidos, o processo de tentativa e erro é este mesmo e dele advirão
aprendizados e evoluções. Para os pessimistas, no entanto, a implementação de
maldosos conceitos é um erro que custa décadas ao país, às vezes gerações, sem
que dele resulte qualquer herança ou aprendizado. Algumas sociedades aprendem
com o erro de outras, algumas com seus próprios erros e outras não aprendem em
hipótese alguma, argumentam eles. São sociedades que erram, repetem o erro e
seguem irresponsavelmente adiante sem qualquer reflexão, cada vez afundando-se
mais. Não resta dúvida que o projeto de Brasil que foi urdido naufragou
fragorosamente. Independente do processo de impeachment logo terá novas
eleições. A questão é saber se aprendemos com os erros e os corrigiremos ou
iniciaremos a construção de um novo transatlântico igual ao que está
submergindo. Construiremos um navio predestinado a naufragar novamente no processo
de tentativa e erro é este mesmo e dele advirão aprendizados e evoluções. Para
os pessimistas, no entanto, a implementação de más idéias é um erro que custa
décadas ao país, às vezes gerações, sem que dele resulte qualquer herança ou
aprendizado. Algumas sociedades aprendem com o erro de outras, algumas com seus
próprios erros e outras não aprendem em hipótese alguma, argumentam eles. São
sociedades que erram, repetem o erro e seguem irresponsavelmente adiante sem
qualquer reflexão, cada vez afundando-se mais. A questão é saber se aprendemos
com os erros e os corrigiremos ou iniciaremos a construção de um novo
transatlântico igual ao que está submergindo. Construiremos um navio
predestinado a naufragar novamente? Vamos esperar que não seja novamente.
Antônio Scarcela Jorge.
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