Também devem
ser ouvidos pela Justiça Zwi Skornicki e João Vaccari Neto.
O ex-marqueteiro
do PT João Santana e a mulher dele Mônica Moura têm audiência às 14h desta
quinta-feira (20) com o juiz Sérgio Moro, em Curitiba. Eles devem depor na
condição de réus do processo referente à 23ª fase da Operação Lava Jato. O
casal está preso na capital paranaense desde fevereiro deste ano, e esta é a
primeira vez que poderão falar diretamente com o juiz.
De acordo com a
força-tarefa da Lava Jato, foram encontrados indícios de que Santana recebeu
US$ 3 milhões de offshores ligadas à Odebrecht, entre 2012 e 2013, e US$ 4,5
milhões do engenheiro Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014.
De acordo com a
Polícia Federal e com o Ministério Público Federal, o dinheiro é oriundo de
propina retirada de contratos da Petrobras e da Sete Brasil - empresa criada
para operação do pré-sal.
Zwi é
representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels e, segundo o Ministério
Público Federal (MPF), foi citado por delatores da operação do esquema como elo
de pagamentos de propina. O engenheiro tem acordo de colaboração com a
força-tarefa.
Também estão
previstos para esta quinta-feira os depoimentos de Zwi e do ex-tesoureiro do PT
João Vaccari Neto, que tem ficado calado em todas as oitivas na Justiça
Federal.
João Santana,
Mônica Moura, Zwi Skornick estão detidos na Superintendência da Polícia Federal
em Curitiba. João Vaccari Neto está detido no Complexo Médico-Penal (CMP), em
Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
A denúncia.
O dinheiro,
conforme os procuradores, teve origem em contratos celebrados entre o estaleiro
Keppel Fels e a Petrobras para a realização das plataformas P-51, P-52, P-56 e
P-58.
Segundo a
denúncia, houve pagamento de propina para Renato Duque e Pedro Barusco nesses
contratos. Ambos têm condenação na Lava Jato.
Duque está preso
no CMP, e Barusco cumpre pena regime aberto diferenciado que estabelece
recolhimento domiciliar durante a noite e nos fins de semana e feriados.
A Keppel Fels
também tinha contratos com a Sete Brasil para construção de sondas que chegam a
R$ 185 milhões.
Segundo as
investigações, um terço da propina paga nesses contratos foi dividido entre o
ex-presidente da Sete Brasil João Ferraz e os ex-gerentes da Petrobras Pedro
Barusco e Eduardo Musa, todos são colaboradores da Lava Jato.
Os outros dois
terços foram encaminhados ao então tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que
solicitou que parte dos depósitos ficasse com João Santana e Monica Moura,
segundo a denúncia.
Assim que o
conteúdo da investigação se tornou público, os advogados que representam
Santana e Moura afirmaram que recursos em contas do exterior provêm,
exclusivamente, de campanhas feitas em outros países. Segundo a defesa, "nenhum
centavo" é de campanha brasileira.
Quando Zwi foi
preso, a defesa dele afirmou que o engenheiro só falaria nos autos do processo
e que considerava a prisão desnecessária.
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