SCARCELA JORGE
INCONSCIÊNCIA DA REALIDADE DA PRESIDENTE AFASTADA.
Nobres:
Ao que tudo entender que a palavra, “golpe” proferidas
por Dilma e de seu bando, aos poucos não obtiveram credibilidade junto à
sociedade, nem mesmo bem antes da votação da admissibilidade do processo de
impeachment na Câmara dos Deputados, já se dizia que a presidente Dilma
Rousseff, caso sobrevivesse no cargo, faria uma “guinada à esquerda” em seu
governo, privilegiando ainda mais os tais “movimentos sociais” e ressuscitando
a “nova matriz econômica” que pôs o Brasil no rumo da recessão e do desemprego.
Agora afastada, parece que Dilma terminou de colocar no papel os seus
compromissos caso o Senado não casse definitivamente o seu mandato. Alguns
segmentos da mídia tiveram acesso a uma versão preliminar do que seria a
“edição 2016” da Carta ao Povo Brasileiro, assinada por Lula na campanha
eleitoral de 2002 e na qual que se buscava tranqüilizar os mercados, agitados
com a possibilidade de um governo de esquerda. O texto Dilmista é tão surreal
quanto tal documento do PT, que pede ao governo a retomada das medidas que
afundaram o país. A ficção (mentira descarada que de certo modo sensibiliza os
nordestinos a base de sustentação da ex-presidente Dilma! Onde estão distantes
da realidade econômica do país, os que menos sofrem em função das benesses do
governo para nossa região de “pedintes” que carece em sua maioria de carência
civilizatória. Por esta razão os notórios ladrões da política, os políticos
podres ainda estão no poder e se dispensa citá-los. Ainda se reforça o embuste, começa quando
Dilma afirma que a escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, após
sua reeleição, em 2014, foi uma tentativa de unir um país rachado pela campanha
suja capitaneada pelo marqueteiro João Santana. Ao adotar o programa dos
adversários, Dilma estaria estendendo uma mão amiga à oposição, alega. É uma
mentira fácil de desmascarar. Levy só foi para o governo porque Dilma sabia
muito bem que havia enganado o país durante a campanha, escondendo dos
brasileiros a real situação das contas públicas, que estavam em frangalhos
depois de anos de “nova matriz econômica”. Era preciso chamar alguém que
reconstruísse o que ela havia destruído, inclusive a credibilidade
internacional. Joaquim Levy só foi para o governo porque Dilma sabia muito bem
que havia enganado o país durante a campanha.
Levy, como se sabe, não conseguiu atingir o objetivo. Não por culpa “da
direita e da pauta-bomba no Congresso”, como Dilma quer fazer crer, e sim
porque Levy costumava ser voto vencido em um ministério no qual a ala gastadora
seguia dando as cartas, com as bênçãos da presidente, uma dinâmica que foi
consagrada quando a cabeça de Levy rolou, em dezembro de 2015: o escolhido para
sucedê-lo foi o então ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, apontado como
um dos mentores das “pedaladas fiscais” condenadas pelo TCU. “Pedaladas”,
aliás, que continuaram a ser cometidas ao longo de 2015, prejudicando qualquer
tipo de ordem que Levy tentasse colocar nas contas públicas. Então, segundo a
narrativa Dilmista, como a oposição não aceitou a oferta de amizade feita por
Dilma, preferindo sabotá-la e, por fim, promovendo um “golpe” sim, a presidente
afastada insistirá nesse discurso, apesar de o rito prescrito pelo STF estar
sendo seguido, e apesar de a perícia pedida pelos próprios petistas ter
comprovado o crime de responsabilidade, ela cansou de ser boazinha: vai botar
em prática seu programa de campanha. Aquele mesmo, baseado na premissa falsa de
que não havia problema com as contas públicas; a continuação da “nova matriz
econômica” cuja irresponsabilidade quebrou o país e nos trouxe à recessão. A
Carta ao Povo Brasileiro de 2002 era um conjunto de compromissos para
efetivamente tranqüilizar os brasileiros, pois “Lulinha paz e amor” ligava o
respeito aos contratos e se afastava das rupturas econômicas defendidas em
campanhas anteriores e, de fato, em seus primeiros quatro anos Lula primou pela
continuidade da política econômica de FHC (as bases para o desastre só foram
lançadas no segundo mandato). Já a tal carta de Dilma só tranqüiliza a minoria
de militantes; a maioria dos brasileiros deveria era olhar com muita
preocupação as promessas que a presidente afastada faz; só resta esperar que
ela jamais tenha a oportunidade de cumpri-las. Isto é fato, só resta tempo para
desmitificar a farsa.
Antônio
Scarcela Jorge.
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