Modernização de instalações elétricas,
hidráulicas e demais sistemas do edifício podem valorizar o condomínio e os
apartamentos.
A defasagem
estrutural e tecnológica tem feito com que condomínios antigos da cidade de São
Paulo apostem no retrofit, uma espécie de “cirurgia plástica” ou
“recauchutagem”, para se manterem modernizados e valorizados.
Esses
empreendimentos residenciais realizam uma atualização das instalações
elétricas, hidráulicas e dos principais equipamentos instalados nas áreas
comuns, como elevadores, sistemas de iluminação e mobiliários.
Além da
modernização dos prédios, esse conjunto de iniciativas contribui para tornar um
condomínio antigo mais competitivo e atrativo no mercado em relação aos novos
empreendimentos imobiliários, que já são equipados com o que há de mais
avançado no ramo da construção.
“O retrofit não
deve ser visto como simples despesa, mas sim como investimento necessário e
rentável, uma vez que tem potencial para valorizar os prédios antigos e,
conseqüentemente, os apartamentos, além de proporcionar a redução das despesas
gerais dos condomínios além de promover eficiência energética e hídrica”, diz
Raquel Bueno Tomasini, gerente da área técnica de produtos e parcerias da Lello
Condomínios.
Segundo ela, um
projeto de retrofit bem executado, além de modernizar o condomínio, pode até
dobrar o valor do metro quadrado dos apartamentos, resultando em ganho para os
moradores na hora da venda do imóvel.
Um exemplo
citado por Raquel são os elevadores dos prédios antigos. “Comparando-se o que
se gasta com a manutenção, pode ser mais vantajoso substituir todo o
maquinário, para que o equipamento tenha uma vida útil maior e mais
eficiência”, diz a gerente da Lello.
Este é o primeiro
passo para a implantação de um projeto de retrofit é buscar auxílio de um
profissional ou empresa especializada, que irão sugerir diversas tecnologias
muitas vezes desconhecidas pelo condomínio, como elementos de proteção solar
para a fachada, itens de acústica dos ambientes, substituição dos caixilhos,
uso de energia solar para alimentar os equipamentos das áreas comuns e até como
sistema auxiliar na alimentação de gás e energia nas unidades, entre outros.
De olho neste
mercado, as empresas de construção oferecem aos condomínios, alternativas
interessantes e econômicas de retrofit, como o financiamento da mão de obra e
dos materiais de construção, por meio de empresas de crédito.
A execução de um
projeto de retrofit, no entanto, deve ser aprovada pelos condôminos em
assembléia, pois se trata de despesa extraordinária.
Principais
problemas.
É comum, nas
edificações mais antigas da capital paulista, problemas com infiltrações, vazamentos,
instalações obsoletas e condições favoráveis à proliferação de pragas urbanas.
Nesses
empreendimentos são comuns as infiltrações e vazamentos causados por problemas
nos sistemas de impermeabilização das garagens, coberturas, lajes térreas e intermediárias,
sem contar com vazamentos em canos e a falta de manutenção preventiva no
sistema hidráulico, o que gera excessivo consumo de água e gasto desnecessário
para o condomínio.
Outro problema
rotineiro nos condomínios mais antigos são as trincas e fissuras nos
revestimentos de fachada e sobrecarga no sistema de cabeamento elétrico que
acabam não suportando a demanda alterada de consumo, gerando queima de fusíveis
e quedas de energia elétrica, com risco, inclusive, de incêndio.
“Se nada for
feito agora, muito em breve esses condomínios mais antigos da capital paulista
estarão em condições bastante desfavoráveis, a exemplo de algumas das
edificações situadas na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, que se
verticalizou antes de São Paulo”, conclui Raquel.
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