Ele foi flagrado pedindo propina em troca de
decisão favorável ao Itaú.
Banco disse que foi 'vítima' e que denunciou o
conselheiro à polícia.
O conselheiro do Carf (Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais) preso na noite desta quarta-feira (6), em Brasília, é João
Carlos de Figueiredo Neto.
Ele foi preso em flagrante pedindo propina em troca
de decisão favorável ao banco Itaú em um shopping em área nobre da capital.
A TV Globo deu a informação da prisão ainda na noite
de quarta e conseguiu a confirmação do nome do conselheiro.
Segundo o site do Carf, Figueiredo Neto é conselheiro
da segunda câmara da primeira seção de julgamento do órgão.
Ele entrou na vaga
em 2013, como representante dos contribuintes.
A prisão dele foi autorizada pelo juiz federal Marcus
Vinícius dos Reis Bastos, após denúncia ser feita pelo próprio banco à PF. Em
nota, o Itaú diz ter sido "vítima de conduta inadequada" do
conselheiro e que espera "ter contribuído com a identificação de conduta
contrária à ética e à lei" (leia abaixo a íntegra da nota).
O Carf é tribunal administrativo ligado ao Ministério
da Fazenda que julga recursos sobre multas aplicadas pela Receita Federal a
empresas.
Apesar da semelhança com a Operação Zelotes, que
também investiga fraudes no Carf, a prisão desta quarta não tem relação com as
investigações.
A Zelotes já resultou em condenações, indiciamento de executivos
como o presidente do Bradesco e André Gerdau e tornou réu Joseph Safra, dono do
Grupo Safra.
Leia a íntegra da nota do Itaú:
Esclarecemos que o Itaú Unibanco foi vítima de conduta
inadequada de Conselheiro do CARF, que solicitou vantagens para nos beneficiar
em julgamento de caso de nosso interesse.
Dados os princípios éticos e de
transparência que norteiam nossa atuação, voluntariamente reportamos os fatos
às autoridades competentes, que passaram a monitorar as atividades do
Conselheiro, culminando em sua prisão.
Com essa atitude, esperamos
ter contribuído com a identificação de conduta contrária à ética e à lei.
Fonte: Agência O Globo.
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