O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), concede entrevista coletiva.
Contrário
a uma análise acelerada do projeto sobre abuso de autoridade, o senador Romero
Jucá (PMDB-RR) conseguiu adiar a votação da proposta para o segundo semestre
deste ano.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), queria que a
matéria fosse votada nesta semana.
Na
reunião da Comissão de Consolidação da Legislação Federal e Regulamentação da
Constituição desta terça (12), Jucá propôs aos integrantes do colegiado que a
matéria fosse votada amanhã, para que eles tivessem tempo de analisar o
relatório e decidir sobre o tema.
Os
senadores, no entanto, protestaram sobre o curto prazo e, após os apelos dos
colegas, Jucá anunciou que a próxima reunião da comissão para tratar do tema
ocorrerá em 16 de agosto. Ele também não descartou a realização de audiências
públicas e até a possibilidade de a proposta ser enviada para outras comissões.
Se for aprovado pelas comissões, o projeto também terá que ser analisado pelo
plenário da Casa.
"É
claro que é um projeto que precisa ser discutido sim mas considero que esta não
é a melhor forma.
Precisamos ter tempo para discuti-lo, para analisar, ouvir as
entidades envolvidas, analisar na Comissão de Constituição e Justiça.
Não acho
razoável que de hoje para amanhã nós sejamos obrigados a formar uma opinião
sobre isso", afirmou Ricardo Ferraço (PSDB-ES).
"Ninguém
tem dúvida sobre a necessidade de aperfeiçoamento dessa lei, mas o problema é a
complexidade do momento em que vamos votar essa matéria.
Não pode ser feito com
açodamento", endossou a senadora Simone Tebet (PMDB-MS).
Durante
a discussão, ela rebateu a tese apontada por algumas entidades de que o fato de
o projeto ter sido reapresentado neste momento visa atrapalhar as investigações
da operação Lava Jato e a intimidação de juízes, procuradores e magistrados.
"Não
temos nenhuma intenção de barrar a Lava Jato mas até para mostrarmos que esse
não é o objetivo, é preciso que seja discutido em outras comissões, que passe
por uma peneira, mesmo que se estabeleça um prazo para isso", disse.
O
adiamento da votação é uma das derrotas sofridas por Renan nos últimos dias ao
tentar emplacar uma pauta prioritária para o Senado.
O problema apontado por
líderes partidários foi a falta de diálogo do peemedebista com os demais
senadores para definir o pacote.
Eles reclamaram que não foram ouvidos.
Na
semana passada, os dois projetos elencados por Renan para serem votados não
tiveram acordo e suas análises ficaram para esta semana.
Para tentar apaziguar
os ânimos, o presidente do Senado convocou uma reunião entre os líderes na
tarde de hoje.
Fonte: Agência Folhapress.
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