quinta-feira, 21 de julho de 2016

ATAQUES DO CRIME ORGANIZADO NO CEARÁ

 POLÍCIA PRENDE SUSPEITOS DE RECEBER ORDENS DE PRESIDIÁRIOS PARA ATAQUES.


Ao todo, 12 foram presos pelas ações que ocorrem desde o fim de semana.

Foram sete ataques a prédios públicos desde quinta-feira.


A Polícia no Ceará prendeu mais quatro homens suspeitos de participação nos ataques a ônibus e delegacias que ocorrem na Grande Fortaleza desde quinta-feira (14). 

As investigações apontam que dois destes suspeitos recebiam as ordens de presidiários e organizavam os ataques. 

Com eles, a polícia apreendeu uma pistola e droga. Os quatro foram presos na noite desta terça-feira (19) na BR-222, no Bairro Genibaú, na Caucaia.


Desde quinta, sete prédios públicos - seis delegacias e a sede da Guarda Municipal de Fortaleza - sofreram atentados. Pelo menos cinco ônibus foram incendiados. (veja abaixo infográfico com locais atacados)


Ao todo, 12 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento nestes ataques, segundo a polícia. 

Desde 2015, foram 46 presos por envolvimento neste tipo de crime. O titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Raphael Vilarinho, explica que as investigações sobre os presos é realizada há cerca de quinze dias. 

Entre os crimes, a polícia investiga a participação do grupo no ataque ao 17º Distrito Policial (DP), na madrugada do último domingo (17).


O delegado disse que as ordens eram repassadas por telefone e por recados durante as visitas aos detentos. 

"A gente vem trabalhando e já identificou os mandantes. A ordem vem do presídio. 

O líder do presídio manda a ordem para o suspeito (de 31 anos), que regimenta outros soldados pra fazer a ação", destacou.

Um dos suspeitos de organizar os ataques, de 23 anos, tinha um mandado de prisão em Maracanaú por homicídio. 

O outro homem suspeito de receber as ordens dos presidiários tem 31 anos e é fugitivo do sistema penal, mas estava sem a tornozeleiras por ter violado o equipamento.


A polícia investiga a participação dos outros dois suspeitos, de 21 e 41 anos, e acredita que eles subordinados do grupo. 

Com eles, a polícia apreendeu uma pistola de 9 milímetros e 300 gramas de maconha.

Os homens foram encaminhados para a Delegacia de Roubos e Furtos. Eles vão responder por responder por tentativa de homicídio e dano ao patrimônio público.


Investigações.


No dia 19, o delegado-geral da Polícia Civil, Andrade Júnior, informou que oito suspeitos haviam sido presos pelos ataques do fim de semana e que, 42 pessoas, entre homens, mulheres e adolescentes, foram capturados por terem participado de forma direta ou indireta em ataques desde 2015. 

As prisões ocorreram em bairros de Fortaleza e cidades do interior do estado.

Desde quinta-feira (14), foram contabilizados pelo menos sete ataques a prédios públicos de segurança, além de mais de incêndios a mais de cinco ônibus. 

Delegacias como o 3º, 27º 30º Distritos Policiais e o prédio da Guarda Municipal de Fortaleza foram alvos dos bandidos. Um policial foi morto e cinco agentes foram feridos em diferentes ocorrências.

Os primeiros ataques criminosos coordenados ocorreram ainda em 2015, quando quadrilhas incendiaram veículos do transporte público e atiraram contra delegacias. 

As ações seguiram neste ano. 

Em março, o Ceará registrou uma série de ataques contra delegacias, ônibus e até o prédio da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus).

O delegado-geral acrescentou que outros 30 suspeitos foram identificados pela polícia. 

Conforme Andrade Júnior, alguns presos do sistema carcerário do estado estão entre os envolvidos. 

"Com informações repassadas pelos setores da Inteligência da polícia identificamos que algumas das ordens para os ataques partiram de dentro dos presídios. 

Todas as informações estão sendo checadas para identificar e prender todos os envolvidos. O trabalho está sendo feito tanto nas ruas como dentro dos presídios", comentou o delegado.

Principais prisões.

Os cinco homens presos na segunda-feira (18) já estavam sendo monitorados pela Polícia Civil. 

Um deles respondia a um procedimento criminal por tráfico de drogas e outros dois possuíam passagens pela polícia por homicídios. 

Nos celulares dos suspeitos haviam mensagens que indicavam ataques contra policiais e prédios públicos.

Um homem também foi preso na sexta-feira (15) por envolvimento na morte do sargento Franscisco Moésio Pinheiro Barbosa, que foi assassinado durante uma tentativa de assalto no Bairro Carrapicho, em Caucaia. 

Outros dois adolescentes foram apreendidos por envolvimento no tiroteio que deixou dois PMs feridos Bairro Antônio Bezerra.

Outras prisões ocorreram no mês de março. De acordo com a SSPDS, pelo menos dez pessoas foram capturadas suspeitas de participar de atentados contra delegacias e de terem incendiado seis coletivos em Fortaleza. 

Criminosos também foram presos em novembro de 2015 suspeitos de participação em ações coordenadas contra policiais órgãos públicos no Ceará.

Ordens partiram de dentro dos presídios;

Andrade Júnior acrescentou que, dentre as motivações para os ataques, está o descontentamento de algumas práticas de repressão ao crime dentro dos presídios cearenses. 

Em uma dessas ações, por exemplo, foram apreendidos 450 celulares durante uma vistoria na Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima (CPPL I), em Itaitinga.

O Governo do Estado anunciou em breve deve ser inaugurada a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), que ficará responsável pela investigação dos ataques a órgãos públicos. Segundo Andrade Júnior, a delegacia já deve iniciar os trabalhos no mês de agosto, com o reforço de novos policiais civis.
Fonte: G1 – CE.

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