Luiz Carlos Trabuco é suspeito de
envolvimento em esquema de corrupção.
Bradesco disse ter 'convicção' que seus
executivos não cometeram crime.
A Justiça
Federal de Brasília aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público
Federal (MPF) contra o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e outras
nove pessoas por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção investigado
pela Operação Zelotes. Com isso, Trabuco se tornou réu na ação penal proposta
pelo MPF.
A Procuradoria
da República no Distrito Federal convocou uma entrevista coletiva, para as 15h
desta quinta (28), para detalhar a denúncia.
O Bradesco é
investigado na Zelotes desde o ano passado por ter contratado o grupo que,
segundo as investigações, pagava propina em troca de decisões favoráveis no
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) – onde são julgadas as
multas da Receita Federal a empresas e contribuintes. O Carf é uma espécie de
tribunal administrativo responsável por julgar os recursos contra essas multas.
Em uma nota
enviada à TV Globo, a assessoria de imprensa do Bradesco reiterou "sua
convicção de que nenhuma ilegalidade foi praticada por seus
representantes". A instituição também afirmou que, "em respeito ao
rito processual, apresentará oportunamente seus argumentos ao Poder
Judiciário".
Em maio, quando
a Polícia Federal (PF) indiciou o presidente do Bradesco, a assessoria de
imprensa da instituição financeira divulgou nota na qual informou que o banco e
seus executivos não participaram e não contrataram os serviços do grupo
investigado na Zelotes. No comunicado, o Bradesco também havia dito que iria
"apresentar seus argumentos juridicamente por meio do seu corpo de
advogados".
O inquérito da
Polícia Federal, concluído na segunda quinzena de maio, foi enviado para
análise do Ministério Público Federal no Distrito Federal, que decidiu
apresentar denúncia contra Trabuco.
Relatório de
2015 da PF.
Em relatório de
janeiro de 2015, a Polícia Federal já havia apontado que ex-conselheiros do
Carf e pessoas ligadas a empresas de advocacia tentaram manipular decisões para
favorecer o Bradesco.
No documento, os
policiais federais afirmam que os suspeitos foram flagrados em conversas
telefônicas falando de “tratativas visando corromper conselheiros” do tribunal
que julgaria o processo do banco.
A Polícia
Federal apontou, nesse mesmo relatório, que houve uma reunião, em 9 de outubro
de 2014, no gabinete da presidência do Bradesco, na qual Luiz Carlos Trabuco
participou, para tratar da contratação do grupo que influenciava as decisões do
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
Os policiais
rastrearam o encontro a partir da localização dos celulares dos envolvidos.
O Bradesco
chegou a perder um julgamento no Carf, sendo punido a pagar R$ 3 bilhões em um
processo.
Depois desse
revés bilionário, aponta o relatório da Polícia Federal, as investigações
teriam demonstrado que a presidência do Bradesco teria se rendido às tentativas
de cooptação por parte da organização criminosa que agia no Carf.
Fonte: G1 – DF.
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