quarta-feira, 27 de julho de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUARTA-FEIRA, 27 DE JULHO DE 2016

COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE

ESQUERDISTAS “SANTINHOS” E CORRUPTOS CHAMAM DE CONSERVADORES A QUEM PRESERVA A ÉTICA.

Nobres:
É “patética” vê a nação anarquista e corrupta que ascendeu o poder nestes últimos treze anos depreciar pessoas tidas por eles, são retroagias e conservadoras que em síntese se tornam em um só “ditado”. Tendo por base contextual, é que o conservadorismo tornou-se uma concepção política negligenciada na cultura brasileira do século 20 e, depois, ridicularizada neste início de século 21. A ignorância, portanto, pauta quem pretende insultar, encontra eco no insultado e reverbera na sociedade que lhes serve de platéia. Mas antes de apresentar uma definição do conservadorismo, algo que os conservadores tentam evitar para não convertê-lo em uma ideologia, será útil mostrar que tivemos no Brasil uma rica tradição conservadora que ajudou a construir o país e a definir os rumos da nação dois séculos atrás. Poderosa força intelectual e política durante a segunda metade do século 19, o conservadorismo dividia com o liberalismo o protagonismo no panorama político da nossa monarquia parlamentar constitucional. Tínhamos um imperador, um Gabinete de Ministros (Poder Executivo), um Parlamento (Câmara de Deputados e um Senado, que eram o Poder Legislativo), uma Constituição (de 1824) e eleições (mesmo que precárias). Quantas vezes você já leu ou ouviu o termo “conservador” ser usado como ofensa? Os conservadores na época eram conhecidos como “Saquaremas”, uma referência ao município fluminense onde alguns conservadores reuniam-se regularmente. Eles eram influenciados pelos distintos conservadorismos de países como Portugal, Inglaterra, França e Espanha, mas criaram um conservadorismo genuinamente brasileiro. Isso mostra que inexiste um conservadorismo universal. Cada conservadorismo está profundamente vinculado ao seu país de origem, embora possa ter valores, princípios e práticas comuns que são devidamente adaptados às culturas locais. O nosso Partido Conservador aglutinava diferentes tendências conservadoras, mas seus membros comungavam uma visão de país e de política profundamente influenciada pela herança portuguesa e pelo catolicismo. “O Partido Conservador soube, com dignidade e seriedade, defender os ideais do conservadorismo na melhor acepção do vocábulo”. Quando os nossos conservadores importavam idéias e práticas estrangeiras, o faziam adaptando-as ao legado português e católico, e à realidade do país. Evitavam, assim, o equívoco comum de tentar enquadrar a nossa realidade a um corpo de ideias abstratas e alienígenas. Sob gabinetes conservadores, inclusive, foram operadas grandes mudanças sociais no Brasil, como a abolição da escravatura. Apesar de não ser reacionário, o Partido Conservador, segundo João Camilo, tinha “alas realmente hostis a qualquer forma de progresso, ou então a transformações específicas, como por exemplo, a Abolição, combatida, também, por alas declaradamente escravagistas de outros partidos, como o Liberal, isto sem falar na famosa discrição dos republicanos a respeito de um assunto cheio de ressonâncias desagradáveis”. Havia, portanto, abolicionistas e escravocratas nos partidos Conservador, Liberal e Republicano. Mas o que era, afinal, o conservadorismo brasileiro que tem página histórica  e quem desconhece e ou, não tem conhecimento, seja trocado por um Lula qualquer!
Antônio Scarcela Jorge.

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