O
ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen,
informou nesta sexta-feira (15) em entrevista no Palácio do Planalto que o
governo vai “revisar” as medidas de segurança para a Olimpíada, em razão das
mortes registradas nesta quinta (14) em Nice (França).
Entre as medidas,
explicou, estão mais “postos de controle, mais barreiras e restrições no
trânsito”.
Nesta
quinta, um motorista de caminhão atropelou diversas pessoas que estavam
assistindo à queima de fogos em comemoração aos 14 de Julho, Dia da Queda da
Bastilha, em Nice, no sul da França, matando ao menos 80 pessoas.
O presidente
François Hollande anunciou que irá estender por mais três meses o estado de
emergência, além de reforçar suas operações na Síria e no Iraque.
“Desde
aquele momento [mortes em Nice], o Ministério da Justiça, o Ministério da
Defesa e o GSI estão trabalhando para garantir que continuemos no mesmo nível
de segurança nos Jogos Olímpicos, e isso vai exigir revisões, novas
providências e exige muito trabalho intenso daqui para frente para que possamos
manter o nível de segurança”, disse Etchegoyen.
“Essa
revisão, obviamente, identificará algumas lacunas e posso lhes dizer, com bom
grau de probabilidade, que o quadro atual nos sugere incremento de algumas
medidas relativas aos Jogos. São medidas práticas, como mais postos de
controle, mais barreiras e algumas restrições de trânsito.
É importante que a
população entenda que vamos trocar um pouquinho de conforto por muita
segurança”, acrescentou.
Segundo
o ministro, o planejamento de segurança feito até aqui será “auditado” para
encontrar se houve “eventual lacuna” nas ações de preparação.
De
acordo com o ministro do GSI, o presidente da República em exercício, Michel
Temer, que está em São Paulo, antecipou sua volta para Brasília para a tarde
desta sexta (que ocorreria somente no início da noite) para comandar, no
Palácio do Planalto, uma reunião com o núcleo de ministérios responsável pela
segurança das Olimpíadas: Justiça, Defesa e Segurança Institucional.
Ainda
segundo Etchegoyen, as preocupações do governo em relação à segurança dos Jogos
"subiram de patamar" desde o episódio na França, e por isso serão
necessários o "ajuste e a revisão" de "todo o dispositivo de
segurança" planejado para o evento esportivo.
De acordo com o ministro,
será preciso "maior integração" entre as pastas do governo
responsáveis pela segurança.
"Mas
sem querer transmitir um falso otimismo, o que seria de enorme
irresponsabilidade, estamos pronto para os Jogos, não há dúvida.
Apenas vamos
revisar o planejamento, os procedimentos", observou.
'Possibilidades'
de ataques.
Durante
a entrevista, o ministro do GSI foi questionado sobre se os serviços de
inteligência brasileira já identificaram algum tipo de ameaça terrorista
durante os Jogos.
Segundo ele, não há a identificação de que alguma organização
estaria planejando um ataque.
"Mas
temos possibilidades de ocorrência [de ataques] no Brasil, como em qualquer
outro lugar, considerando as atuais circunstâncias. E falo em possibilidade de
ocorrência de fatos.
Possibilidade.
Mas não estamos focados nesta ou naquela
organização e não vou me estender sobre informações mais detalhadas sobre as
nossas operações", disse.
Indagado,
então, sobre se ao falar em "possibilidade" estaria relatando que o
governo identificou uma "tentativa concreta" de ataque terrorista
durante a Olimpíada, respondeu:
"Quando
chegarmos a uma confirmação de que há uma tentativa concreta, aí mudamos a
palavra para 'probabilidade'.
Vejam, quando temos um evento que reúne o mundo
inteiro, todas as possibilidades que afetem a segurança é nosso dever
levantá-las, e estamos preparados para que possamos reagir.
Os graus de
probabilidade vão sendo aumentados ou diminuídos".
Reunião
com franceses.
No
Palácio do Planalto, Etchegoyen destacou ainda que integrantes do governo se
reuniram na manhã desta sexta com integrantes do governo francês para buscar
novas informações e detalhes sobre as mortes em Nice para "ajudar" no
planejamento para a Olimpíada.
Sírio
no Brasil.
O
chefe do Gabinete de Segurança Institucional também foi questionado nesta sexta
sobre a situação do cidadão sírio Jihad Ahmad Diyab, ex-preso de Guantámo que,
segundo o governo uruguaio, fugiu para o Brasil em junho deste ano.
"Não
vou tratar de nomes ou sobre as operações que a Abin Agência Brasileira de
Inteligência, a PF Polícia Federal e outras agências conduzem neste momento. As
informações não serão divulgadas", limitou-se a dizer o ministro.
Diyab
chegou ao Uruguai em 2014 após um acordo entre os Estados Unidos e o país
vizinho para que fossem recebidos ex-presos de Guantánamo.
O cidadão sírio
vivia no Uruguai na condição de refugiado e é apontado como um ex-integrante da
Al Qaeda.
Fonte: G1 – DF.
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