O ex-presidente nega todas as acusações contra ele e se diz vítima de perseguição política.
Empresário é investigado pela Operação Custo Brasil por ter escoado pelo menos R$ 309 mil da propina desviada no Ministério do Planejamento na gestão de Paulo Bernardo.
A movimentação financeira do dono da Focal Confecção e
Comunicação Visual segunda maior fornecedora da campanha de 2014 da presidente
afastada Dilma Rousseff (PT) -, Carlos Roberto Cortegoso, chegou a ser "69
vezes maior do que o valor dos seus rendimentos declarados" à Receita
Federal.
Conhecido como o "garçom do Lula", o
empresário de São Bernardo do Campo (SP) é investigado pela Operação Custo
Brasil por ter escoado pelo menos R$ 309 mil da propina desviada no Ministério
do Planejamento na gestão de Paulo Bernardo - solto nesta quarta-feira (29)
após seis dias de reclusão.
"A movimentação de Carlos Cortegoso chama a
atenção por ser, em muitos casos 69 vezes maior do que o valor de seus
rendimentos declarados. Além disso, apresenta uma variação patrimonial
descoberta", registra representação da Polícia Federal, nos autos da Custo
Brasil, feito com base na quebra do sigilo do investigado feita pela Receita
Federal.
O documento mostra que nos anos de 2010, 2012, 2013 e
2014 a movimentação financeira de Cortegoso foi muito superior aos rendimentos
declarados.
O empresário atua em campanhas do PT desde a década de
90 e forneceu material gráfico e camisetas para todas as disputas presidenciais
do partido desde 2002.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investiga os
pagamentos. Além da campanha presidencial, a empresa de Cortegoso recebeu R$
158 mil da candidatura da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do
ex-ministro Paulo Bernardo.
O empresário ganhou o apelido de "garçom do
Lula" porque trabalhou em um restaurante em São Bernardo do Campo (SP) freqüentado
pelo ex-presidente quando ainda era sindicalista. No fim dos anos 90, Cortegoso
montou uma empresa de produção de camisetas e material de campanha.
Com a chegada do PT ao Palácio do Planalto, em 2002, o
negócio cresceu rapidamente e ele virou o principal fornecedor das campanhas do
partido.
Fonte: O Estadão - (texto).
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