COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.
JOGÃO DE INTERESSES.
Nobres:
Depois de “anunciar–se” que seu
nome estaria na lista de políticos beneficiados pela corrupção investigada pela
Operação Lava-Jato, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros
(PMDB-AL), voltou-se contra o governo, do qual até então era aliado, numa
evidente tentativa de desviar a atenção do público e de fragilizar o Executivo
que a bem da verdade está fragilizado por suas ações protecionistas ao mundo
político corrupto, que se transformou num normativo eloquente. Nesse clima, não
é improvável que o governo, enrolado na própria incompetência, tenha procurado
transferir pelo menos parte dos efeitos da operação para o Legislativo. Os
brasileiros em geral só podem se sentir desamparados ao presenciar suas
principais lideranças políticas e corruptas envolvidas numa guerra que tanto
proclamou. Mais uma vez, como já havia ocorrido no episódio do mensalão, esse é
um momento de reflexão e de desafio para os brasileiros tomados pela própria
sorte ao abrigar figuras da política que não passam de “trapaceiros”. O elevado
custo a ser pago por todos nós, só terá sentido se, ao final, o país se mostrar
capaz de vencer as barreiras impostas pelo governo que transferiu ao poder econômico.
Faz nos lembrar de que as 54 pessoas relacionadas em 28 pedidos de abertura de
inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), estaria o próprio comando do
Congresso, além de outros poderosos. A possibilidade torna mais urgente a
decisão sobre o fim do sigilo no caso, para evitar prejuízos ainda maiores para
o país. A conscientização sobre esse aspecto, porém, não pode ocorrer por conta
da provocação do governo no pseudo algo da instabilidade econômica e política,
“sustentada” pelo aluguel da base aliada no Congresso, onde a origem dos tempos
em que os santinhos petistas cognominavam “de ditadura militar” – à frente
Sarney e grupo, Maluf e outros que no momento estão mais uma vez sorrindo com a
iminente derrocada deste governo. Só
haverá êxito para o povo consolidado mais esse caso rumoroso de corrupção se as
instituições se mantiverem, por fim, corrigir e penalizar de certo modo aqueles
corruptos que ainda vivem copiosamente no espectro dos poderes.
Antônio Scarcela
Jorge.
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