sábado, 28 de março de 2015

SEMPRE VIGILANTE

 OPOSIÇÃO CRITICA 'BAIXO' CRESCIMENTO; GOVERNISTAS PREVEEM RETOMADA.

Economia brasileira cresceu 0,1% no ano passado, segundo o IBGE.

Oposição culpa governo; governistas defendem 'ajuste' para equilibrar contas.

Após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar que a economia brasileira cresceu 0,1% em 2014, parlamentares da base do governo e da oposição reagiram ao resultado. Os oposicionistas criticaram o atual modelo de gestão econômica do governo e apontaram que "erros" do Planalto diante da crise financeira mundial desde 2008 são causas do "baixo" crescimento. Já a base governista defende que resultado é reflexo do "cenário atual" e fala em retomada do crescimento.

Além do crescimento de 0,1%, o IBGE divulgou que a soma das riquezas produzidas no ano passado chegou a R$ 5,52 trilhões em valores correntes (em reais), e o PIB per capita (por pessoa) caiu a R$ 27.229. Esse é o pior resultado desde 2009, ano da crise internacional, quando a economia recuou 0,2%. Em 2013, de acordo com dados revisados, a economia havia crescido 2,7%.

Para o senador Aécio Neves (PSDB-MG),  as perspectivas para este e os próximos três anos são “ainda piores” que o primeiro mandato da presidente Dilma. Em nota, ele disse que se as expectativas de analistas se confirmarem, o país terá mais quatro anos de “estagnação da renda”.

“Ou o governo do PT corrige rapidamente a situação que ele mesmo criou ou teremos mais um ciclo de baixo crescimento, inflação alta, juros altos, desequilíbrio externo e ainda o risco de mais aumento de carga tributária. O pior é que agora o único bastião de notícias positivas, a baixa taxa de desemprego e a formalização, também vão pior”, disse o senador.

O líder do governo na
Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse ao G1 que a oposição deve estar "muito chateada" com a previsão "catastrófica" de que o Brasil teria retração econômica em 2014.

Para ele, o país não vive uma "crise econômica" como, segundo ele, os partidos de oposição pregam. O líder do governo, porém, defendeu a necessidade de ajuste nas contas do governo para evitar o recuo da economia em 2015.

"A oposição ficou dizendo aos quatro cantos que nós teríamos tido retração econômica em 2014. Ele deve estar muita chateada com essa previsão catastrófica porque, no cenário de especulação completa, o PIB de 2014 não ter crescimento negativo e ainda dar esse respiro, eu penso que é um sinal de que a economia dá claros sinais das grandes possibilidades de crescimento no segundo semestre", afirmou Guimarães.

“O pior é que agora o único bastião de notícias positivas, a baixa taxa de desemprego e a formalização, também vão pior”. -  Senador Aécio Neves (PSDB-MG)

"Esses dados são sinais positivos que o ajuste é fundamental. Não há crise, existe uma dificuldade econômica contornável. Precisamos fazer ajustes, arranjos, para o crescimento não refratar", concluiu o deputado.

O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), reconheceu o “esforço” do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em trabalhar para que 2015 e 2016 sejam anos melhores para a economia. Ele, porém, ressaltou que quem paga a “conta” do crescimento “baixo” é a população.

“O Brasil foi jogado na estagnação. Isso quer dizer que o quadro mostra um cenário descendente do ponto de vista do PIB e a tendência é que este ano seja de crescimento negativo. Então, o Brasil está em recessão e isso é fruto da incompetência do atual governo”, afirmou.

Vice-líder do PT na Câmara, o deputado Afonso Florence (BA) disse ao G1 que o resultado da economia do país em 2014 está "dentro do universo imaginado diante do cenário atual de crise internacional". Para o parlamentar baiano, o fato de o país passar por um período de "ajuste fiscal" traz impacto no cenário econômico.

< (PELA SUA CARA, DIZ TUDO) 

“O PIB de 2014 não ter crescimento negativo e ainda dar esse respiro, eu penso que é um sinal de que a economia dá claros sinais das grandes possibilidades de crescimento no segundo semestre” líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE)

"Não é um quadro de deterioração. Não é o que pretendíamos mas está dentro do universo que podemos administrar e preservamos a expectativa de que é necessário aprovar o ajuste. É possível alguma margem de negociação nas medidas provisórias para aprovar no Congresso e a nossa expectativa é que vamos conseguir retomar a nossa atividade econômica. Acho que esse resultado é parte do cenário geral", disse Florence.

Na avaliação do líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), o governo tem feito “mexias tão graves” sob o ponto de vista macroeconômico que o Brasil foi levado ao atual cenário econômico em razão da “falta de boas decisões” do Executivo.

“É um dado que todos nós já compreendemos que já não é mais o prenúncio, é o anúncio do que se desenhou ao longo de todo o ano passado, com os indicadores econômicos cada vez piores. E é o anúncio daquilo que já vinha sendo anunciado nos últimos e que nós achamos que será 2015 e 2016, acrescentou.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou que o resultado do PIB de 2014 mostra que o país está "saindo do pior momento da crise."

Para o parlamentar, a situação ainda não é a ideal mas o cenário "está melhorando". Ele também defendeu que o Congresso aprove as medidas de ajuste propostas pelo governo.
Em nota, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse que o Brasil “puxa o PIB do mundo para baixo”. Em sua avaliação, o governo transformou o país no “freio de mão da economia global”. Para o parlamentar, o Brasil enfrentará situação “ainda pior” neste ano.

O líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), afirmou à reportagem que a presidente Dilma Rousseff fez um “golaço” ao escolher a equipe econômica do segundo mandato e disse acreditar que os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, serão capazes de adotar as medidas necessárias para retomar o crescimento econômico.

“Acho que Levy, Nelson
Barbosa  e Tombini, presidente do Banco Central estão fazendo um excelente trabalho e já colocaram o remédio do curto prazo, que são os ajustes. Eu acho que a presidente Dilma fez um golaço quando escolheu a equipe econômica”.

O parlamentar defendeu que Dilma dê “total autonomia” aos ministros para que atuem para reequilibrar as contas públicas e estimular a econômica. “A autonomia é importantíssima. É necessário dar autonomia de voo. Acho que é urgente a necessidade de o governo ter um ajuste e lançar pacotes de incentivo à produção industrial  e à competitividade.”

Apesar de integrar a base aliada, o líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), disse estar “descrente” de que o governo Dilma consiga reverter neste ano a perspectiva de baixo crescimento econômico.

“Acho que essa equipe econômica, com a liderança de Joaquim Levy, tende a piorar e muito a situação. O que vejo são juros sendo elevados e previsão de inflação ainda maior. A capacidade produtiva do Brasil está sendo comprometida com essa taxa Selic. Quem ganha é o capital especulativo.”

O parlamentar também criticou medidas adotadas no primeiro mandato de Dilma, como retenção dos preços dos combustíveis e da energia elétrica, que, segundo ele, contribuíram para os resultados econômicos do ano passado.

“Nós criticamos algumas medidas, como segurar aumentos que deveriam ter sido feitos no decorrer dos últimos quatro anos, sobretudo do petróleo e energia. Investimentos estruturantes também não foram feitos. Temos uma certeza de que o Brasil precisa retomar os investimentos, não podemos ficar só contingenciando”, disse.
Fonte: Agência O Globo.

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