COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.
ESQUERDISMO DESGASTADO.
Nobres:
O avanço das esquerdas no Brasil no
início do segundo milénio deu-se pela ascensão do PT ao palácio do Planalto que
logo no início de suas ações políticas, optou pela corrupção em vez da
ideologia popular. Também há o fato da falta de renovação de lideranças. Quem é
a estrela do PT hoje no Congresso? Quem desponta como sucessor de Lula e Dilma?
Não há nomes. Todos os que poderiam ascender foram abatidos: José Dirceu, José
Genoíno, Antonio Palloci. São indicativos de que, realmente, o PT enfrentará enormes dificuldades no
próximo período. Mas, se o PT realmente perder a hegemonia da esquerda, quem
vai herdar o posto? PSB? PDT? PSOL? Um novo partido? Ou restará nada mais do
que um fracionamento de esquerda? Impossível responder. Não se constrói uma
nova hegemonia em um lapso. O PT levou anos, emergindo de dentro dos sindicatos
e dos movimentos sociais, com uma forte capilaridade nas classes populares
majoritárias do país e com o apoio de progressistas da classe média. Pouco
depois da Constituinte de 1988, o PT superou o PDT como líder da esquerda. Mais
tarde, consolidou o seu poderio ao chegar à Presidência em 2002. Foram 20 anos
de caminhada. Qual o partido, hoje, tem a capilaridade social que o PT tinha
antes de chegar ao Palácio do Planalto? A resposta é: nenhum. Sem a simpatia
das bases trabalhadoras e populares, é impossível hegemonizar os rumos da
esquerda. Desmoralizado, sem novas lideranças, e com o desgaste trazido
pela palavra impeachment, é possível que o PT venha a ser superado em 2016 e
2018. Se deixar de ser governo e for para a oposição, poderá recuperar velhas bandeiras
e aglutinar forças ao seu redor. É uma previsão a se sustentar.
Antônio Scarcela Jorge.
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