quarta-feira, 25 de março de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - QUARTA- FEIRA, 25 DE MARÇO DE 2015

COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.

ESQUERDISMO DESGASTADO.
Nobres:
O avanço das esquerdas no Brasil no início do segundo milénio deu-se pela ascensão do PT ao palácio do Planalto que logo no início de suas ações políticas, optou pela corrupção em vez da ideologia popular. Também há o fato da falta de renovação de lideranças. Quem é a estrela do PT hoje no Congresso? Quem desponta como sucessor de Lula e Dilma? Não há nomes. Todos os que poderiam ascender foram abatidos: José Dirceu, José Genoíno, Antonio Palloci. São indicativos de que, realmente, o PT enfrentará enormes dificuldades no próximo período. Mas, se o PT realmente perder a hegemonia da esquerda, quem vai herdar o posto? PSB? PDT? PSOL? Um novo partido? Ou restará nada mais do que um fracionamento de esquerda? Impossível responder. Não se constrói uma nova hegemonia em um lapso. O PT levou anos, emergindo de dentro dos sindicatos e dos movimentos sociais, com uma forte capilaridade nas classes populares majoritárias do país e com o apoio de progressistas da classe média. Pouco depois da Constituinte de 1988, o PT superou o PDT como líder da esquerda. Mais tarde, consolidou o seu poderio ao chegar à Presidência em 2002. Foram 20 anos de caminhada. Qual o partido, hoje, tem a capilaridade social que o PT tinha antes de chegar ao Palácio do Planalto? A resposta é: nenhum. Sem a simpatia das bases trabalhadoras e populares, é impossível hegemonizar os rumos da esquerda. Desmoralizado, sem novas lideranças,  e com o desgaste trazido pela palavra impeachment, é possível que o PT venha a ser superado em 2016 e 2018. Se deixar de ser governo e for para a oposição, poderá recuperar velhas bandeiras e aglutinar forças ao seu redor. É uma previsão a se sustentar.

Antônio Scarcela Jorge.

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