A moeda subiu 2,77%, a R$ 3,249, e fechou a semana em alta de 6,3%.
Este é o maior valor de fechamento desde 2003.
O dólar fechou em forte alta em
relação ao real nesta sexta-feira (13). No início da tarde, a moeda disparou
além da barreira de R$ 3,28, renovando máximas em quase 12 anos, com
investidores buscando proteção em meio à turbulência política que vêm dificultando
a aprovação de medidas para o reequilíbrio das contas públicas brasileiras.
O avanço foi atenuado, mas a
moeda voltou a fechar em alta. O dólar subiu 2,77%, a R$ 3,249. Este é o
maior valor de fechamento desde 2003, quando, no dia 4 de abril, a moeda fechou
a R$ 3,2469, segundo dados do Banco Central.
A moeda subiu em nove das últimas dez sessões. Na semana, a alta foi de 6,3%. No mês, há valorização acumulada de 13,76% e no ano, de 22,2%.
A moeda subiu em nove das últimas dez sessões. Na semana, a alta foi de 6,3%. No mês, há valorização acumulada de 13,76% e no ano, de 22,2%.
O dólar também avançou nos
mercados externos, antecipando-se a uma possível sinalização do Federal Reserve
na semana que vem de que a alta dos juros norte-americanos está próxima,
informou a Reuters. O avaço sobre o real, porém, é mais acentuado por causa do
cenário interno brasileiro.
Desde o início do ano, o dólar subiu cerca de 5% contra os pesos mexicano e chileno, 8% ante o rand sul-africano e 13% contra a lira turca, mas avançou 22,2% em relação ao real.
Apreensão no cenário interno.
Desde o início do ano, o dólar subiu cerca de 5% contra os pesos mexicano e chileno, 8% ante o rand sul-africano e 13% contra a lira turca, mas avançou 22,2% em relação ao real.
Apreensão no cenário interno.
"O nosso horizonte está
muito ruim e, para piorar, tem as manifestações no fim de semana", disse à
Reuters o estrategista da corretora Coinvalores, Paulo Celso Nepomuceno,
referindo-se aos protestos em favor do impeachment de Dilma Rousseff. "O
investidor estrangeiro diz: 'vou sair por enquanto e volto quando tudo se
resolver' e isso estressa o mercado".
A principal preocupação é que, à
medida que a popularidade da presidente cai e cresce a rebeldia na base
governista no Congresso, torna-se cada vez mais custoso para o governo
programar as dolorosas medidas de ajuste e resgatar a credibilidade da política
fiscal brasileira.
Essa perspectiva tem sido
corroborada também pelos desdobramentos do escândalo bilionário de corrupção na
Petrobras, que vem assustando investidores estrangeiros.
Interferência do Banco Central.
Interferência do Banco Central.
Os ruídos em torno do futuro do
programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio completavam o
quadro de apreensão doméstica. O BC vem vendendo swaps cambiais diariamente
desde agosto de 2013 para oferecer proteção cambial e limitar a volatilidade,
em um programa marcado para durar pelo menos até o fim deste mês.
As incertezas ganharam ainda mais
força no início da tarde após a Bloomberg noticiar que o governo não vai tentar
segurar a alta do dólar, apesar de considerar parte desse movimento como
especulação, citando uma fonte. Segundo a fonte, o BC não vai "queimar
reservas" para conter o avanço da moeda norte-americana.
"O mercado está
sensível e corre para comprar dólares quando ouve uma notícia dessas",
disse à Reuters o economista-chefe do BESI, Jankiel Santos.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta
total de até 2 mil swaps pelas rações diárias, equivalentes a uma posição
vendida de US$ 97,5 milhões. Foram vendidos 1.050 contratos para 1º de dezembro
de 2015 e 950 para 1º de março de 2016.
O BC também vendeu a oferta
integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora,
foram rolados cerca de 40% do lote total, que corresponde a 9,964 bilhões de dólares.
Fonte:
Agência O Globo.
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