quinta-feira, 26 de março de 2015

IMPÉRIO BUROCRÁTICO

 BAIANO E ALMADA IRÃO PARA PRESÍDIO SÓ APÓS CUMPRIREM 'AGENDA', DIZ PF.

Lobista e executivo são réus de ações originadas na Operação Lava Jato.

Dez presos da Operação Lava Jato já estão no Complexo Médico-Penal.

O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e Gerson Almada, ex-vice-presidente da construtora Engevix, serão transferidos da carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, para o Complexo Médico-Penal apenas depois de cumprirem compromissos com a polícia e com a Justiça Federal, segundo o delegado da PF Ígor Romário de Paula. A unidade prisional fica em Pinhais, na Região Metropolitana da capital paranaense.

De acordo com a PF, Almada presta depoimento à corporação na tarde desta quarta-feira e, talvez, seja ouvido na quinta novamente. Portanto, as transferências possivelmente vão ficar entre quinta e sexta-feira (27), segundo o delegado.

Fernando Baiano é apontado pela Polícia Federal como lobista que operava em favor do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras. Já Almada é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter transferido quase R$ 16 milhões para o exterior às vésperas da deflagração da Lava Jato.

Na segunda-feira (23), a Justiça autorizou as transferências após a PF ter alegado superlotação na carceragem. O Complexo Médico-Penal é uma unidade do sistema penitenciário do Paraná destinada a presos provisórios ou condenados que precisam de atendimento psiquiátrico ou ambulatório. Dez presos foram transferidos na terça-feira (24).
Os investigados da Operação Lava Jato – executivos de empresas, ex-diretores, e supostos operadores – estão em celas separadas da maioria dos detentos e, assim como os demais presos, seguem as mesmas regras dos demais presos.

Todos são acusados de participação no esquema bilionário de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro atuante dentro da Petrobras.

Cezinando Paredes, diretor do Departamento de Execução Penal (Depen) do Paraná, afirmou que após identificação dos presos, eles passaram por uma triagem. O exame de corpo de delito, realizado pelos presos no Instituto Médico-Legal (IML) no momento da prisão ainda é válido. De qualquer forma, os suspeitos passaram por uma nova vistoria médica.

Compra de carro para Cerveró é investigada pela Polícia Federal.

A compra de um carro pela mulher do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, está sob investigação. O objetivo desse inquérito é apurar se o veículo, avaliado em mais de R$ 200 mil, foi pago por Fernando Baiano.
Segundo o depoimento da vendedora que fez o negócio com a mulher de Cerveró, o carro foi pago em dinheiro vivo. A transação ocorreu em 2012. Quando o negócio foi fechado, Nestor Cerveró ainda trabalhava na Petrobras.

A vendedora disse que inicialmente foi procurada por Baiano, dizendo que iria indicar uma amiga para comprar um carro na concessionária. A amiga em questão era Patrícia Cerveró. Baiano passou todos os dados dela, como cópias do CPF, RG e comprovantes de residência. A vendedora também informou à Justiça que não chegou a conhecer a mulher do ex-diretor da Petrobras, mas que por ordem de Baiano mandou blindar o carro.

A concessionária apresentou à Justiça ainda um extrato bancário, que revela um depósito de R$ 220 mil, para pagar o carro. A transação foi feita em espécie, na conta da loja. A Polícia Federal tentará descobrir de quem era essa quantia.

Prisão domiciliar.

O vice-presidente da construtora Camargo Corrêa, Eduardo Leite, deixou a carceragem da Polícia Federal em Curitiba na terça-feira, por volta das 12h. Ele cumprirá prisão domiciliar em São Paulo, como parte do acordo de delação premiada, homologado pela Justiça Federal do Paraná.

Leite será monitorado com tornozeleira eletrônica até a sentença. Ele foi o primeiro empreiteiro a deixar a prisão porque delatou o esquema de corrupção na Petrobras.

Leite decidiu entregar o que sabe e fechou o acordo de delação no fim de fevereiro. A homologação do acordo e os depoimentos ainda estão sob sigilo. Ele passou mais de 4 meses preso e responde a processo por corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e uso de documentos falsos.

O Ministério Público estabeleceu multa de R$ 5 milhões para Eduardo Leite. Na delação premiada, Eduardo Leite falou de supostas doações ao PT. Leite disse que, "por volta de 2010", foi apresentado a João Vaccari Neto, tesoureiro nacional do partido, em um restaurante de São Paulo.
Fonte: Agência O Globo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário