RIO - A ex-candidata à
presidência da República e ex-senadora Marina Silva (PSB) publicou, neste
sábado, um texto em seu site oficial criticando a campanha pelo impeachment da
presidente Dilma Rousseff (PT). A um dia das manifestações anunciadas contra a
atual presidente, Marina diz não acreditar que a medida seja a solução para a
crise política instalada no país, e afirma que o resultado pode ser o
"aprofundamento do caos".
"Muita gente vai para as
ruas protestar. Há uma campanha pedindo o impeachment da presidente que foi
eleita há poucos meses. Compreendo a indignação e a revolta, mas não acredito
que essa seja a solução. Talvez o resultado não seja o pretendido retorno à
ordem, mas um aprofundamento do caos" comentou a ex-presidenciável. Ainda
no artigo, intitulado "Silêncio se faz para ouvir", Marina afirmou
ainda que parte das lideranças políticas age com "cautela e senso de
responsabilidade com o país", mas em "parte da oposição predomina a
lógica partidária e o desejo de 'sangrar' o governo e enfraquecê-lo para as
próximas eleições".
Para Marina, é preciso dar
"um prazo inicial a todo governo eleito, para que diga a que veio".
Mesmo com a posição, ela lembra que o impeachment "seria uma punição ao
PT", "uma resposta" ao padrão criado pelo partido quando era
oposição, de "gritar 'fora' a qualquer governo, com ou sem provas de
corrupção".
Na eleição presidencial mais
acirrada desde a redemocratização brasileira, Marina conquistou o terceiro
lugar nas eleições de 2014. Ex-petista, a candidata apoiou o candidato
adversário do seu antigo partido, Aécio Neves (PSDB), no segundo turno.
O texto, que também foi publicado
nas redes sociais de Marina, relembra as críticas feitas ao governo atual
durante sua candidatura ao Palácio do Planalto, e cita pontos fundamentais que
devem ser atacados pelo governo para conter a atual crise. "O atraso
político é a maior ameaça ao que conquistamos a duras penas - Democracia,
Estabilidade Econômica e Inclusão Social".
De acordo com a
ex-presidenciável, a situação de Dilma e a crise são questões a serem decididas
"no coração do povo", e "Só os que fazem silêncio e ficam
atentos conseguem ouvir o que diz esse coração". "Das ruas vem sempre
o alerta: acima dos interesses dos partidos e grupos que almejam o poder estão
os interesses do país e os que querem sinceramente servi-lo não devem
desperdiçar a oportunidade de mudar, antes de serem por elas mudados",
conclui Marina Silva.
Fonte: Agência O Globo.
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