CCJ discutiu ‘admissibilidade’ do texto que reduz maioridade para 16
anos.
Deputados contrários disseram que vão ao Supremo em caso de aprovação.
A Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) da Câmara adiou nesta segunda-feira (30), mais uma vez, a votação sobre a
“admissibilidade” da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a
maioridade penal no Brasil de 18 para 16 anos.
Durante a sessão, deputados
favoráveis e contrários à mudança somente apresentaram seus argumentos. Mas o
presidente da comissão, Arthur Lira (PP-AL), considerou que não haveria tempo
ainda nesta segunda para a votação, que ficou para esta terça (31) pela manhã.
Ao contrário de ocasiões
anteriores, marcadas por tumulto que impediram o debate, a sessão desta segunda
possibilitou que os deputados falassem sobre o tema. Ao final, foi aprovado um
pedido para que a discussão se encerrasse nesta segunda a fim de permitir a
votação logo no início da próxima sessão, marcada para a manhã desta terça.
A aprovação da “admissibilidade”
pela CCJ representa o primeiro passo para o andamento da proposta na Casa e
leva em conta aspectos formais e a adequação do texto à própria Constituição.
Depois, a PEC precisa passar por uma comissão especial (que discute o mérito) e
ainda por duas votações no plenário da Câmara. No Senado, passa por análise da
CCJ e mais duas no plenário.
O texto permite que jovens com
idade acima de 16 anos que cometerem crimes possam ser condenados a cumprir
pena numa prisão comum. A PEC foi apresentada em agosto de 1993 e ficou mais de
21 anos parada.
Atualmente, qualquer menor de 18
anos que comete algum crime é submetido, no máximo, a internação em
estabelecimento educacional. Punições mais brandas incluem advertência,
reparação de dano, serviço à comunidade e liberdade assistida, conforme prevê o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Durante a sessão, que durou quase
três horas, deputados contrários, do PT, PC do B e PSOL, em minoria tentaram
primeiro impedir o andamento da discussão, mas tiveram seus pedidos rejeitados.
Durante o debate, argumentaram que a mudança afronta os direitos e garantias
individuais, que são cláusulas pétreas (regras imutáveis) da Constituição.
“A CCJ não tem o direito de
tratar cláusula pétrea da Constituição, não é algo que se possa mudar ao saber
dos ventos. Uma das cláusulas pétreas é o art. 228 que fixa a maioridade penal
em 18 anos. A CCJ não pode se dar ao direito de rasgar a lei maior, mesmo sendo
algo que a maioria do povo brasileiro apoia. Uma cláusula pétrea não pode ser
mudada pelas maiorias”, disse o deputado Alessandro Molon.
Os apoiadores da proposta se
concentraram em argumentar que a PEC vai reduzir a impunidade.
“A redução da maioridade penal é
uma das maneiras para barrar a impunidade, de menores que roubam, estupram,
cometem crimes bárbaros e ficam impunes. O Brasil é um dos poucos países do
mundo desenvolvido que relutam em reduzir. Os adolescentes da década de 70
poderiam até não entender. Mas o jovem de hoje pode votar, pode abrir empresa,
pode até mudar de sexo. Vamos esperar quanto mais tempo? Até lá, quantas mais
vidas humanas serão retiradas por adolescentes que roubam e matam?”, afirmou
André Moura (PSC-SE).
Na sessão, o deputado Chico
Alencar (PSOL-RJ), também contrário à PEC, afirmou que, caso seja aprovada na
CCJ, os parlamentares devem apresentar uma ação no Supremo Tribunal Federal
para impedir a continuidade da tramitação no Congresso.
Fonte: Agência O Globo.
COMENTÁRIO.
CONTROVÉRSIAS.
- O QUE SÃO CLÁUSULAS PÉTREAS. (?)
- são limitações materiais ao poder de reforma da constituição de um Estado. Em outras
palavras, são dispositivos que não
podem ter alteração, nem mesmo por meio de emenda, tendentes a abolir as normas
constitucionais relativas às matérias por elas definidas. A existência de
cláusulas pétreas ou limitações materiais implícitas é motivo de
controvérsia na literatura jurídica. Tem-se que demandam interpretação estrita,
pois constituem ressalvas ao instrumento normal de atualização da Constituição
(as emendas constitucionais).
As disposições constitucionais transitórias são modificáveis mediante
emenda constitucional.
Não são admitidas cláusulas pétreas fora do texto constitucional.
As cláusulas pétreas inseridas na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
encontram-se dispostas em seu artigo 60, § 4º. São elas:
- A forma
federativa de Estado;
- O voto
direto, secreto, universal e periódico;
- A
separação dos Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.
- Os direitos e garantias individuais.
(segmentos se valem dessa premissa.)
- Diante do plural interpretativo constitucional, segmento dos juristas
que divergem da ordem, por extensão “anárquica” alimentam a impunidade desta
forma onde sistematicamente impera a violência praticada por menores estimulada
por redes criminosas no país, onde o Estado brasileiro através dos poderes
constituídos, especialmente o parlamento deveria impor responsabilidade no
momento que a sociedade brasileira reclama para os fins pertinentes.
DO BLOGUEIRO.
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