segunda-feira, 30 de março de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2015

COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.

AOS OLHOS DO POVO.

Nobres:
Por perceber que o financiamento eleitoral é o principal mecanismo  facilitador da corrupção na administração pública no país, como acaba de ficar mais uma vez comprovado nas investigações da Operação Lava-Jato, acudimos por uma redução radical dos gastos com as campanhas e mudanças na legislação que previnam e evitem a promíscua troca de favores entre os doadores de recursos e os eleitos. O atual modelo de custeio se presta a diversas distorções, especialmente pela inexistência de fiscalização adequada. Neste comentário, apresentamos as nossas sugestões que as seguintes medidas sejam consideradas pelos legisladores no debate da Reforma Política: - Campanhas menos dispendiosas – É um contrassenso em relação à situação econômica do país e uma ofensa aos contribuintes que candidatos e partidos continuem gastando tanto para se promover durante as disputas eleitorais, genericamente iludindo o eleitor com propaganda distorcida e enganosa.  Proibição de contribuições por parte de empresas – Como afirmam os delatores da investigação sobre a corrupção da Petrobras, doações de empresas a candidatos e partidos não são contribuições, mas sim investimentos e empréstimos a serem cobrados posteriormente, ou mesmo pagamento de serviços já prestados. Traduzindo: propina, oficial ou por “caixa dois” - Financiamento privado apenas por pessoas físicas – Doações com limites financeiros pré-estabelecidos e fiscalizados rigorosamente pela Justiça Eleitoral, com cada doador identificado pelo seu CPF podendo contemplar apenas um candidato por cargo eletivo. - Financiamento público exclusivamente pelo fundo partidário – Não há sentido em ampliar a destinação de recursos públicos para partidos e candidatos, que já recebem o Fundo de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, constituído por dotações orçamentárias da União e outras verbas. Essa contribuição também deve ter valores previamente definidos. - Extinção do horário político obrigatório – O chamado horário de TV e rádio deixaram de ser espaço público para se tornar o centro de alianças espúrias, com trocas e vendas de apoio entre partidos na busca de mais exposição. Além de produções milionárias que encarecem dramaticamente as campanhas, o horário eleitoral só se tornou obrigatório para as camadas de menos renda e que não têm acesso à TV a cabo e outras formas de entretenimento. A internet e a multiplicação de canais de acesso aos eleitores justificam uma reavaliação desta programação que só aborrece ouvintes e telespectadores. Se houver disposição do Congresso para a reforma política, teremos permanentemente a pressão da sociedade que no momento não suporta para tal inércia.
Antônio Scarcela Jorge.

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