Nem a principal pedra no sapato
da seleção brasileira nos últimos tempos, no traumático palco de Saint-Denis,
foi capaz de acabar com o grande momento do time de Dunga. Nesta quinta-feira,
no primeiro amistoso de 2015, o Brasil derrotou a França de virada, por 3 a 1,
no Stade de France, e manteve a invencibilidade nesta volta do treinador, com
sete vitórias em sete partidas disputadas.
O jogo foi repleto de elementos
que lembravam aquela dolorosa decisão da Copa do Mundo de 1998, quando a
seleção caiu por 3 a 0 diante dos franceses. O palco foi o mesmo. No banco,
estavam os capitães de seus times naquela partida - Dunga, pelo Brasil, e
Deschamps, pela França. Mas desta vez a história foi bem diferente. Após um
início fraco, os brasileiros mostraram novamente um futebol seguro e
contundente, principalmente no segundo tempo, para chegarem ao triunfo.
Foi a segunda vitória seguida do
Brasil sobre a França - a outra aconteceu em 2013, em Porto Alegre -, mas antes
disso a seleção vinha de seis partidas sem bater o rival. Agora, a equipe vai
se preparar para o amistoso diante do Chile, no domingo, em Londres, às 11
horas (de Brasília), mais um na preparação para a Copa América deste ano, que acontecerá
justamente em solo chileno a partir de junho.
As memórias da traumática derrota
de 1998 começaram antes mesmo da partida, quando os ex-jogadores Marcel
Desailly, Patrick Vieira, Zinedine Zidane e Thierry Henry, todos campeões
daquela Copa do Mundo, foram homenageados no gramado do Stade de France.
O início de jogo foi dos donos da
casa, que chegaram pela primeira vez aos sete minutos. Após escanteio da
esquerda, Varane disputou com Miranda e a sobra ficou com Benzema. Na pequena
área, o atacante finalizou de cabeça, mas Jefferson voou para espalmar. O
primeiro ataque brasileiro aconteceu somente aos dez, quando Neymar acionou
Firmino, que demorou muito para bater e acertou a zaga.
O jogo era muito estudado,
truncado no meio de campo. As duas equipes se movimentavam pouco e, por isso,
praticamente não criavam. Aos 19, em raro lance de inspiração, Oscar tocou para
Neymar, que invadiu a área pela esquerda e bateu cruzado. Mandanda espalmou e
Elias chegou um pouco atrasado.
A resposta da França aconteceu no
minuto seguinte, e foi fatal. No mesmo gol que Zidane marcou duas vezes de
cabeça na final de 98, Varane abriu o placar da mesma forma. O lance, aliás,
foi muito parecido com o primeiro gol do meia naquela decisão. Após escanteio
cobrado da esquerda, o zagueiro do Real Madrid ganhou na velocidade de Miranda,
subiu sozinho e cabeceou no canto esquerdo de Jefferson, que desta vez nada
pôde fazer.
O Brasil tentava responder, mas,
tímido, pouco incomodava. Firmino tentou de longe, mas parou em Mandada. Quando
a França parecia controlar a partida, no entanto, saiu o empate. Aos 39, Oscar
recebeu pela esquerda e tabelou com Firmino. Mesmo pressionado por Sagna, o
meia conseguiu tocar de bico, de esquerda, por baixo de Mandanda, que foi mal
para a bola e aceitou.
Animado pelo gol, o time
brasileiro voltou superior para o segundo tempo e assustou logo aos quatro
minutos, com Luiz Gustavo, que exigiu boa defesa de Mandanda. Mas aos dez, o
goleiro não conseguiu impedir a virada. Elias deu bom passe para Willian, que
arrancou e rolou para Neymar. O atacante dominou com estilo e encheu o pé de
esquerda.
A reação da França foi imediata e
os donos da casa impuseram uma breve pressão. Explorando as costas de Danilo,
os europeus tiveram bons momentos com Benzema, Sissoko e Griezmann, mas
Jefferson e a falta de pontaria dos franceses impediram o empate.
Quando o Brasil foi ao ataque,
selou a vitória. Depois de rápido contra-ataque, que acabou com linda defesa de
Mandanda em chute de Oscar, Luiz Gustavo marcou. Ele aproveitou escanteio
batido da direita por Neymar e cabeceou firme, para o chão, tirando do alcance
do goleiro adversário, aos 23 minutos.
O gol, desta vez, teve efeito
avassalador no time francês, que desanimou e parou de atacar. O Brasil, por sua
vez, tomou conta da posse de bola e era quem mais assustava. Willian e Neymar
tiveram ótimas oportunidades, mas finalizaram mal. Fekir ainda levou perigo aos
40 minutos, quando chutou rente à trave de Jefferson na última chance da
partida.
FICHA TÉCNICA:
FRANÇA 1 X 3 BRASIL
FRANÇA - Mandanda; Sagna, Varane,
Sakho e Evra; Schneiderlin, Sissoko (Kondogbia) e Matuidi (Giroud); Valbuena
(Payet), Griezmann (Fekir) e Benzema. Técnico: Didier Deschamps.
BRASIL - Jefferson; Danilo,
Thiago Silva, Miranda e Filipe Luis; Luiz Gustavo (Fernandinho), Elias
(Marcelo), Oscar (Souza) e Willian (Douglas Costa); Neymar e Roberto Firmino
(Luiz Adriano). Técnico: Dunga.
GOLS - Varane, aos 20, e Oscar,
aos 39 minutos do primeiro tempo. Neymar, aos dez, e Luiz Gustavo, aos 23
minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO - Nicola Rizzoli
(Fifa/Itália).
CARTÕES AMARELOS - Não houve.
RENDA E PÚBLICO - Não
disponíveis.
LOCAL - Stade de France, em
Saint-Denis (França).
Fonte: O Estadão.
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