Laboratório Labogen foi apontado como empresa usada para lavar dinheiro.
Companhia chegou a fazer contrato com o Ministério da Saúde.
O doleiro Alberto Youssef é um
dos réus que serão ouvidos, nesta terça-feira (31). em um processo que
investiga o uso do laboratório farmacêutico Labogen para lavagem de dinheiro.
De acordo com as investigações da Operação Lava Jato, deflagrada em março de
2014, a companhia tinha Youssef como sócio oculto.
A empresa chegou a fazer um
contrato de parceria com o Ministério da Saúde, na época da gestão de Alexandre
Padilha, em 2013. A audiência está marcada para começar às 10h, na Justiça
Federal, em Curitiba.
As investigações apontaram
indícios de que o ex-deputado federal André Vargas (sem partido-PR) ajudou
Youssef a fechar a parceria junto ao ministério. O caso fez com que Vargas
terminasse expulso do Partido dos Trabalhadores (PT) e também à cassação do mandato
dele, que ocorreu em dezembro de 2014.
À época ele afirmou ter
participado de reuniões dentro do gabinete do ex-deputado. “A tratativa foi com
o deputado, para quem coloquei que era um bom projeto para o país e que
tínhamos condições de fazer dentro do prazo. Fomos encaminhados para a Secretaria
de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde”, relatou Meirelles aos
parlamentares. Em abril do mesmo ano, Vargas reconheceu que conhecia Meirelles,
mas negou que houvesse qualquer irregularidade nos contatos que teve com ele.
Cooperação.
O jornal "O Globo" teve
acesso ao documento sobre o acordo, desfeito após a Operação Lava Jato da Polícia
Federal revelar que o Labogen era uma empresa de fachada. Segundo matéria do
veículo publicada nesta sexta, Padilha assinou o documento em 11 de dezembro de
2013 como testemunha.
O termo de compromisso da
Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Labogen reunia o
Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM), a indústria farmacêutica EMS e,
segundo O Globo, foi assinado sem levar em consideração alertas de setores
técnicos do próprio Ministério da Saúde. O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do
ministério, Carlos Augusto Gadelha, e o capitão da LFM Almir Diniz de Paula
também assinam o documento.
Padilha
afirmou que o termo foi assinado porque passou por uma “avaliação técnica
criteriosa” de diversos órgãos do governo. "O
termo só foi recebido pelo ministério depois de profunda avaliação técnica que
passa por vários órgãos, não só o Ministério da Saúde. A própria área técnica
avaliou que valia a pena fechar esse termo, ou seja, recebê-lo”, disse em
coletiva na Agrishow, feira de tecnologia agrícola em Ribeirão
Preto (SP).
O ex-ministro explicou ainda que
o termo assinado é apenas uma das etapas anteriores à assinatura do contrato,
que firmaria, de fato, a compra do medicamento. "Mente quem diz que tem
contrato do Ministério da Saúde com esse laboratório privado Labogen, que tem
ou que teria", disse Padilha, destacando que existe uma série de análises
feitas antes de o contrato ser firmado.
"Entre receber o termo, até o
momento de fechar o contrato, onde você define o preço, onde você vê se o
laboratório da Marinha teria o registro do medicamento, se os laboratórios
privados têm condições de entregar o que de fato falavam naquele termo, se têm
condições de produzir, entregar matéria-prima, etc. Existe uma série de outros
filtros de avaliação que seriam feitos. Se não fosse feito isso, se os filtros
de avaliação não fossem cumpridos, não teria contrato com o laboratório da
Marinha”, afirmou.
Fonte: Agência O Globo.
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