quinta-feira, 26 de março de 2015

ESCRITOR JOÃO BATISTA PONTES

DEVANEIOS

João Batista Pontes.

Sonho sim, e não tenho vergonha de dizer, com o dia em que:

- O homem será capaz de tomar a iniciativa de criar uma empresa ou um empreendimento comercial, não com o propósito único de lucrar, de acumular e concentrar riqueza, para si ou para o seu grupo familiar, mas sim com o propósito de suprir as necessidades básicas, facilitando o acesso de todos a produtos que, de fato, lhes sejam essenciais;

- O homem terá coragem de investir seus recursos e assumir a responsabilidade pelo gerenciamento de empreendimentos produtivos, não com o desejo único de obter lucro a qualquer preço, na busca frenética e desvairada de concentrar riqueza e poder, mas sim com o objetivo de gerar oportunidades de renda para os seus semelhantes;

- O lucro ainda será preciso, mas perseguido unicamente para possibilitar a manutenção, os melhoramentos e as inovações necessárias à continuidade do empreendimento e não para concentração de riqueza;

- O Estado não seja obrigado a garantir o mínimo existencial por meio de esmolas (bolsas, rendas mínimas etc), mas que todos tenham a capacidade e a possibilidade de obter, por seus próprios esforços, a renda que lhes permita viver com dignidade;

- A ampliação da produção se fará com respeito à sustentabilidade das fontes dos insumos, sem causar a degradação do meio em que vivemos, preservando a terra para morada das futuras gerações;

E sonho, ainda, que esta mudança se fará sem guerra ou revolução, mas unicamente pela elevação da consciência dos homens; pela compreensão de que o individualismo exacerbado é a causa de todas as nossas aflições; pela certeza de que a felicidade, que todos buscamos, jamais será alcançada pela exploração dos nossos iguais, pela acumulação de riqueza ou pela uso desta unicamente para satisfazer os nossos desejos e ambições.

Mas, aos materialistas eu digo.
Não se assuste, meu irmão,
O tempo de que vos falo
Só existe como visão..
Nós e as próximas gerações,
De tão longínquo que está,
Dele nem veremos clarões...
Antes, talvez, vamos
O mundo destruir,
Ou a vida nele inviabilizar...
Sem sequer saber
Porquê mundo e vida existem...
Preciso é desse dia falar,
E que muitos nele
Se ponham a sonhar,
Para que mais cedo se realize...

*João Batista Pontes – Geólogo – sociólogo – escritor - matemático – bacharelando em direito.

Novarrussense – residente em Brasília DF.

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