terça-feira, 24 de março de 2015

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 JUIZ AUTORIZA TRANSFERÊNCIA DE PRESOS DA LAVA JATO PARA PENITENCIÁRIA.

Sérgio Moro acatou a pedido da PF sobre a transferência de 12 presos. 

Entre os presos estão Adir Assad, Renato Duque e Sérgio Mendes.

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato em primeira instância, autorizou a transferência de 12 presos da carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

O pedido de transferência foi feito na sexta-feira (20) pela PF, que disse que "já está ficando inviável" a quantidade de presos na sede. A polícia também argumentou que alguns presos não podem se comunicar entre si e fica difícil acomodá-los em apenas seis celas.

De acordo com a PF, os presos devem ser levados ao complexo em Pinhal, que é uma penitenciária de regime fechado com finalidades médicas, entre terça (24) e quarta-feira (25).

Os presos que serão transferidos são:

- Adir Assad, empresário apontado como um dos operadores do esquema de corrupção;
- Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da área internacional da OAS;
- Erton Medeiros Fonseca, diretor de negócios da Galvão Engenharia;
- Fernando Antônio Falcão Soares, lobista conhecido como Fernando Baiano, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras;
- Gerson de Mello Almada, vice-presidente da empreiteira Engevix;
- João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa;
- José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS;
- José Ricardo Nogueira Breghirolli, apontado como contato de doleiro com a OAS;
- Mário Frederico Mendonça Góes, apontado como um dos operadores do esquema;
- Mateus Coutinho de Sá Oliveira, funcionário da OAS;
- Renato de Souza Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras;
- Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente executivo da Mendes Júnior.

O juiz federal Sérgio Moro diz, em despacho publicado às 11h25 desta segunda (23), "que não há que se presumir que os presos da Operação Lava Jato no sistema prisional estadual serão vítimas de alguma violência por parte de outros detentos. Entretanto, forçoso admitir que, pela notoriedade da investigação, há algum risco nesse sentido, o que justifica colocá-los, por cautela, em ala mais reservada".

“O local apresentado ao juízo para acomodar os presos no sistema prisional estadual parece adequado, talvez até com melhores condições do que as da carceragem da PF”.

Sérgio Moro, juiz federal.

"Não ouvi as Defesas antes das decisões, pois rigorosamente não há um direito de ser recolhido à prisão no local de preferência do preso", completa Moro. O juiz ressalta ainda que "o local apresentado ao juízo para acomodar os presos no sistema prisional estadual parece adequado, talvez até com melhores condições do que as da carceragem da PF".

Outros réus.

No despacho, Moro também diz que não autorizou a transferência de Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras. Segundo o juiz, o réu já estaria recebendo assistência psicológica na carceragem da Polícia Federal. O pedido do tratamento foi feito pela defesa de Cerveró no início de fevereiro, após o ex-diretor passar mal na sede da PF.

Outro que teve o pedido de transferência negado foi o presidente da construtora UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa, por solicitação do Ministério Público Federal (MPF).

Além dos dois, permanecem na sede da PF: o doleiro Alberto Youssef, os executivos da Camargo Corrêa Dalton dos Santos Avancini e Eduardo Leite, além das doleiras Nelma Kodama e Iara Galdino, já condenadas em uma das primeiras ações oriundas da Lava Jato.

Transferência para o DF.

No domingo (22), a defesa do vice-presidente da empreiteira Mendes Junior, Sérgio Cunha Mendes, protocolou na Justiça Federal do Paraná um pedido para que Mendes fosse transferido para o presídio da Papuda, em Brasília.

Contudo, Sérgio Moro negou o pedido da defesa. O magistrado alegou que a presença de Cunha Mendes em Curitiba "ainda se mostra necessária".
Presos soltos.

Na última sexta-feira (20), três suspeitos presos na 10ª fase da operação, deflagrada na segunda-feira (16), foram soltos, porque as prisões temporárias venceram. São eles: Sônia Mariza Branco, Dario Teixeira Alves e Lucélio Góes.

Conforme a polícia, Mário Góes, o pai de Lucélio, era um dos operadores do esquema de corrupção e atuava por meio da empresa catarinense Arxo. Ele está detido desde fevereiro deste ano.

Sônia Marisa Branco e Dario Teixeira Alves eram, segundo a investigação, "laranjas" do esquema, ligadas ao operador Adir Assad.
Fonte: Agência O Globo.

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