Francisco Artur Pinheiro Alves.
A democracia é a
maior conquista humana em termos de organização política. Devemos lutar pela
democracia em todas as esferas. Os países que optaram por esta forma de governo
têm suas fragilidades, equívocos e até injustiças sociais e econômicas, mas
estão no caminho certo, pois estão permitindo a seu povo liberdade de
expressão, de organização e de política.
A revolução cubana, deflagrada no fim
dos anos 50, combatia a ditadura de Fulgêncio Batista, mas ao se instalar optou
pela mesma forma de governo, a ditadura com partido único. Negou ao seu povo a
liberdade de expressão, o surgimento de novos partidos e o direito de escolha
de seus governantes, notadamente de seu presidente. E quando o seu ditador deu
sinais de fragilidade física, passou o poder para seu irmão, um general do
exército. No Brasil tivemos, também, no mesmo período, uma ditadura de generais
que usurpou o poder de um presidente eleito. A sociedade brasileira lutou até
reconquistar a democracia. Muitos defensores da ditadura no Brasil afirmam que
houve avanços sociais em Cuba, na saúde e na educação: a prova é que a ilha
está exportando médicos, inclusive para o Brasil. Mas que tipo de educação é
essa que não permite a liberdade? A educação deve ter como princípio a prática
da liberdade, dizia Paulo Freire. Que adianta ter acesso à alimentação, saúde,
educação, mas não ter o direito de escolher o seu presidente, ou organizar um
partido político. Se lutamos pelas liberdades individuais e política, pelo fim
da ditadura militar, como defender uma ditadura familiar que se perpetua no
poder por mais de 50 anos? É no mínimo uma contradição.
*Francisco Artur Pinheiro Alves.
Professor
de História da Uece.
Nenhum comentário:
Postar um comentário