Pontífice
afirmou que tem sensação de que ficará no cargo por 4 ou 5 anos.
Ele descartou a imposição de um limite de tempo para o papado.
O Papa Francisco confessou que tem a sensação de que seu pontificado será breve, de
quatro ou cinco anos, e que não se sente sozinho e sem apoio para governar a
Igreja.
Em uma longa entrevista exclusiva
com a correspondente da televisão mexicana Televisa, - Valentina Alazraki, por
ocasião de seu segundo ano de pontificado, o santo padre falou sobre sua
eleição, dos escândalos, de seus limites como pessoa, de sua visão do papado,
do México, da imigração e até brincou sobre o "ego" enorme dos
argentinos.
"Tenho a sensação que meu
pontificado será breve. Quatro ou cinco anos. Não sei, ou dois, ou três. Pelo
menos dois já passaram. É como uma sensação vaga. É como a psicologia de quem
joga e acredita que vai perder para não se desiludir. Tenho a sensação de que o
Senhor me colocou aqui para uma missão breve", confessou.

Questionado sobre se gosta de ser
Papa, Francisco respondeu com resignação: "Não me desagrada".
Francisco também surpreendeu com
uma brincadeira sobre o ego dos argentinos e confessou que não gosta muito de
viajar, que é muito apegado a seus hábitos e voltou a criticar a Cúria Romana,
a poderosa máquina central da Igreja, alvo há anos de intrigas e escândalos
financeiros.
"Esta é a última corte que
resta na Europa. As demais cortes se democratizaram, incluindo as mais
clássicas', assegurou ao reiterar que se propõe a 'mudá-la".
O Papa afirmou que "não se
sente sozinho" e aproveitou para acabar com a polêmica com o governo do
México provocadas por um e-mail privado a um amigo onde pedia que evitasse a “mexicanização”
da Argentina à respeito da violência do narcotráfico.
"Evidentemente que é uma
expressão. Não tem nada a ver com a dignidade do México. Como quando falamos da
balcanização, nem sérvios, nem macedônios, nem croatas se sentem
ofendidos", explicou.
Segundo ele, o narcotráfico que
mantém o México em uma espiral de violência é responsabilidade de todos e
culpar apenas o governo "é a resposta mais simplista".
Ao fazer uma reflexão sobre as
sangrentas repercussões do tráfico de drogas no México o Papa se perguntou:
"Quem tem a culpa?", uma pergunta que, sugeriu, a maioria das pessoas
responde apontando o governo.
"Sempre os governos têm a
culpa de tudo, mas essa é a resposta mais superficial, todos têm de alguma
maneira a culpa sei que é difícil denunciar um narcotraficante, mas todos
devemos disponibilizar o ombro" para carregar a responsabilidade
compartilhada, disse o Papa, que na quinta-feira completou dois anos de
pontificado.
Em referência ao caso dos 43
estudantes desaparecidos e provavelmente massacrados depois de terem sido
baleados por policiais corruptos e criminosos no dia 26 de setembro em Iguala
(Guerrero, sul), o Papa disse que a indiferença ante a violência derivada do
narcotráfico torna todos responsáveis.
O breve episódio de tensão do
Papa com o México aconteceu em fevereiro, quando um legislador de Buenos Aires
amigo de Francisco divulgou um e-mail no qual o pontífice falava de
"evitar a mexicanização" da Argentina, em referência à violência do
narcotráfico.
O governo mexicano considerou que
estes comentários podiam estigmatizar o país, mas o caso se dissipou
rapidamente com uma troca de notas diplomáticas.
Francisco reafirmou na entrevista
de quinta-feira que tudo está em paz entre o Vaticano e o governo do México, o segundo país com mais católicos do mundo,
atrás apenas do Brasil.
"Isso não fechou as portas
do México para mim, vou ao México", declarou o primeiro Papa
latino-americano da história sem dizer quando a visita será realizada.
Fonte: Francipress.
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