Ex-gerente da estatal Pedro Barusco deverá depor à comissão na terça.
Sessão foi marcada por discussão acalorada entre deputados.
A CPI da Petrobras na Câmara
aprovou nesta quinta-feira (5) as convocações dos ex-presidentes da estatal
Graça Foster e Sergio Gabrielli, além do ex-diretor de Abastecimento Paulo
Roberto Costa, do ex-diretor de Serviços Renato Duque e dos ex-diretores da
área Internacional Nestor Cerveró e Jorge Zelada. Diferentemente dos convites, as
convocações tornam a ida à Câmara obrigatória.
No último dia 4, em meio às
denúncias de corrupção na petroleira, Graça
Foster renunciou ao cargo de presidente junto de
outros cinco diretores. Ela estava no comando da empresa desde 2012. A renúncia
ocorreu um dia após reunião de Graça com a presidente Dilma Rousseff no Palácio
do Planalto.
Também foram aprovadas na
comissão as convocações do ex-gerente-geral da refinaria Abreu e Lima Glauco
Legatti; o doleiro Alberto Youssef; Júlio Faerman, ex-representante comercial
da SBM; e Luiz Eduardo Carneiro, ex-presidente da empresa Sete Brasil. As datas
dos depoimentos ainda não foram marcadas. Foi aprovado, ainda, um convite para
depoimento do diretor de Govenaça da Petrobras, João Adalberto Elek Junior.
Mais cedo, a comissão já havia
aprovado a convocação
do ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco. Segundo o presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), a intenção é
ouvi-lo já na próxima terça-feira, quando o colegiado deverá se reunir
novamente.
Em seu depoimento de delação
premiada, Barusco acusou o PT de receber entre US$ 150 milhões e US$ 200
milhões em propina oriunda de contratos da estatal. Ele afirmou que os valores
se referem a propina em 90 contratos da Petrobras com grandes empresas fechados
entre 2003 e 2013, durante os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma
Rousseff.
Barusco atualmente está preso em
regime domiciliar. O presidente da comissão observou que existe um ato da Mesa
Diretora da Câmara, de 2006, que veda a oitiva de presos nas dependências da
Casa e que o assunto precisaria ser discutido com a polícia legislativa.
A ida de Barusco à CPI dependerá
de autorização judicial. “Iremos primeiro oficiar o juiz que tem a tutela, já
que ele cumpre prisão domiciliar, para que ele autorize a vinda”, explicou o
presidente da CPI. Para ele, o depoimento de Barusco poderá ser “esclarecedor”.
A comissão também autorizou a
contratação da consultoria Kroll para auxiliar a identificar recursos de
delatores em contas no exterior.
Sub-relatorias.
Também na sessão desta quinta,
foram criadas pelo presidente da comissão quatro sub-relatorias, que vão ser
comandadas por PSDB, PTB, PSC e PR. Após o anúncio das Sub-relatorias, partidos
contrários à medida, como o PT e o PSOL, protestaram, e houve
forte discussão entre os parlamentares.
Deputados questionaram a indicação de cada sub-relator, que não foi submetida
ao plenário da CPI.
A justificativa do presidente da
comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), para a criação das sub-relatorias é
descentralizar os trabalhos. Na prática, a medida deverá enfraquecer os poderes
do relator da CPI, Luiz Sérgio (PT-RJ), em mais um indício de descontentamento
do PMDB com o governo.
Aos gritos e com o dedo em riste,
o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) chamou o presidente da comissão de
“moleque” diversas vezes. “Não serei fantoche para me submeter. Não tenho medo
de grito”, rebateu Motta, exaltado.
“Não fomos ouvidos para nenhuma
candidatura. É um fato grave, estranha, causa desconfiança entre aqueles que
formam o bloco”, afirmou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), acrescentando que a
legenda deixará o bloco parlamentar com o PSDB e o PSB.
Fonte:
Agência Globo.
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