FH COBRA EXPLICAÇÕES DE
DILMA SOBRE PETROBRÁS: ‘NÃO É UMA GERENTE COMPETENTE’.
Evitando previsões, ex-presidente afirmou que o episódio traz tema da
ética de volta à campanha.
NOVA YORK - O ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso disse nesta terça-feira, em Nova York, que o suposto
esquema de desvios bilionários na Petrobras revelou que a corrupção no governo
do PT “é quase uma regra”. Após a apresentação de um novo relatório da Comissão
Global de Políticas sobre Drogas, da qual é presidente, Cardoso – que repetiu
as palavras do presidenciável Aécio Neves (PSDB), ao considerar o episódio “outra
forma de mensalão” – afirmou que a estatal “caiu nas mãos da política
partidária”.
- A presidente Dilma disse que
não viu nada, acredito, mas então ela não é uma gerente competente. Não é um
caso, são muitos, não é uma prática, é uma constante, não é um desvio, é quase
que uma regra, e eu acho que ela precisa dar explicações mais consistentes, declarou
Cardoso. – O que estamos vendo é que ela a Petrobrás caiu nas mãos da política
partidária. Não digo nas suas orientações gerais, mas na sua efetivação do dia
a dia. A Petrobras é a empresa mais importante do Brasil e está se vendo que
houve uma ocupação política.
Sobre os rumos da campanha à
presidência, Cardoso evitou especular o que vai acontecer a partir das
revelações do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. Mas afirmou que se
trata de um “escândalo de grandes proporções”.
– Não sei se muda a campanha, mas
torna outra vez tema de campanha a ética. Nem é ética no sentido filosófico, é
a decência do cumprimento da regra, e isso tem que ser reafirmado na campanha.
Não vejo que os candidatos têm responsabilidade direta nessa questão, é muito
mais atitude, temos que ser mais restritivos, não aceitar tanta leniência. Por
enquanto são afirmações, vai chegar um momento da documentação. Eu não sou
precipitado, não vou julgar antes de ver o que se trata, mas está visto desde
já que se trata de um escândalo de grandes proporções, disse.
O ex-presidente, que integrou a
Comissão de Estudos e Defesa do Petróleo, comentou que sempre foi a favor da
Petrobras nas mãos do governo, mas frisou que política de Estado é diferente de
política partidária.
– O que eu sempre quis é que a
Petrobras fosse uma empresa e não uma repartição pública por isso achou que era
importante quebrar o monopólio para ter competição, para ela poder aparecer
como uma empresa e não estar nas mãos de política partidária. Política de Estado
sim, mas não política partidária. E isso deu margem a essa corrupção que é
inaceitável, e acho que precisamos ir mais fundo, ressaltou.
Cardoso disse contar com órgãos
como a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça para examinar o caso:
- A CPI (da Petrobrás) está muito
politizada, não fez nada até agora. Eu acho que tem que ir mais longe nisso.
Fonte: Agência Globo.
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