Candidata do PSB disse, em Belo Horizonte, que atual governo distribui
‘bolsa banqueiro’.
SÃO PAULO - A presidente Dilma
Rousseff (PT), candidata à reeleição, respondeu na tarde desta terça-feira, em
São Paulo, as críticas feitas por sua adversária Marina Silva (PSB), que afirmou
em Belo Horizonte, que “nunca os banqueiros ganharam tanto” como no atual
governo. A ex-ministra ainda acusou o governo de distribuir “bolsa banqueiro”
para o setor. Na resposta, Dilma se referiu indiretamente ao Banco Itaú e a Neca
Setúbal, herdeira da instituição financeira, coordenadora e uma das doadoras da
campanha da pessebista. A presidente defendeu que o Banco Central já é
autônomo.
- O Banco Central, como qualquer
outra instituição, não é eleito por tecnocrata nem por banqueiros. O Banco
Central é indicado sua diretoria por quem tem voto direto. E o que o Congresso
faz com o Banco Central? Chama e manda prestar contas. Eu não digo isso porque
sonhei com isso, está escrito no programa: autonomia do Banco Central. Não
adianta querer falar que eu fiz bolsa banqueiro. Eu não tenho banqueiro me
apoiando e me sustentando, disse a presidente, em encontro com blogueiros e com
o movimento a favor da universalização da banda larga.
Dilma não citou nomes de
banqueiros que estariam ligados à campanha de Marina, mas o ataque teve
endereço certo. Além de ter colaboração de Neca Setúbal, do Itaú, a campanha de
Marina recebeu na semana passada elogios rasgados do presidente do banco, Roberto
Setúbal, que na semana passada disse que a eleição da ex-senadora nas urnas
seria uma evolução natural. Roberto, no entanto, disse não estar declarando
voto em Marina, assim como fez à época em que Lula era o candidato mais cotado
a vencer a eleição de 2002.
A presidente ainda evitou falar
do perfil do próximo ministro da Fazenda, que ocupará o lugar deixado por Guido
Mantega a partir do próximo ano, caso a petista seja reeleita:
- Eu acho que todo o governo
novo, ele terá uma equipe nova, um perfil novo. Eu não posso fazer uma
comparação entre pessoas e perfis de pessoas são algo extremamente
desagradável. Nós temos um compromisso: garantir que o Brasil tenha inclusão
social, redução da desigualdade, mais emprego com desenvolvimento e ao mesmo
tempo seja um Brasil moderno, produtivo e competitivo. E que ele seja
inclusivo, seja feito, visando e olhando cada um dos 202 milhões de
brasileiros, sem faltar um.
No evento em São Paulo, Dilma
ainda comentou que, ao contrário dos adversários, pensa diferente em relação ao
pagamento imediato da dívida pública.
- Os dois candidatos, por
exemplo, consideram, ou pelo menos eu vi algum deles considerando, que é um
objetivo fundamental e imediato pagar a dívida pública. Não sei se vocês sabem,
mas nós somos um dos poucos países do G-20 que têm uma dívida pública do
tamanho da nossa. Nós estamos entre o quinto e o sexto que têm a menor dívida
pública do grupo.
Fonte: Agência Globo.
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