COLUNA
IDEIAS
OPINIÃO – DIÁRIO DO NORDESTE.
MÁSCARAS
Estamos em pleno carnaval, ou
melhor, em pleno período eleitoral. O uso de máscaras, tão comum no uso diário,
está disseminado. Cada candidato coloca a sua máscara no rosto, dos mais
variados tons, parecendo um baile de máscaras dos tempos de Luis XIV, o Rei
Sol, no Palácio de Versailles. Ninguém quer ser velho ou feio, em respeito aos
padrões midiáticos. E assim, através da manipulação das imagens, todos se
apresentam bonitos, jovens, com o rosto rosado. Quem nunca sorria, agora
aparece sorridente. Quem já trazia no rosto as marcas fincadas do tempo, agora
mostra o rosto de bebê, lembrando a antiga promoção do bebê Johnson. Pelo
recurso ao foto shop, o feio vira bonito. O antipático, sorridente. O velho, em
moço. A própria Dilma agora se apresenta com rosto de jovem. A feia Marina já
se produz. O Aécio Neves é sempre o galã a lembrar do Collor de ontem. Ninguém
tem a coragem de se apresentar tal como é: o rosto envelhecido, o cabelo branco
ou esbranquiçado, o olhar de cansaço. Bem diferente de Abrahão Lincoln, quando
candidato à reeleição nos Estados Unidos. Trazia o rosto fincado de rugas, os
cabelos brancos, fruto do grande sofrimento provocado pela Guerra da Secessão,
quando saiu vitorioso e reeleito para mais um mandato presidencial, breve
mandato, pois caiu brutalmente assassinado quando assistia a uma peça num
teatro. A empulhação política no Brasil começa nas fotografias dos candidatos.
As imagens são trabalhadas para transformar o candidato em bem consumível ou
palatável, igualmente às muitas mentiras proclamadas aos quatro ventos para
enganar os incautos eleitores.
Eduardo Fontes
Jornalista.
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