quarta-feira, 10 de setembro de 2014

M I C A R E T A

 CARNAVAL ELEITORAL!


COLUNA

IDEIAS
OPINIÃO – DIÁRIO DO NORDESTE.

MÁSCARAS

Estamos em pleno carnaval, ou melhor, em pleno período eleitoral. O uso de máscaras, tão comum no uso diário, está disseminado. Cada candidato coloca a sua máscara no rosto, dos mais variados tons, parecendo um baile de máscaras dos tempos de Luis XIV, o Rei Sol, no Palácio de Versailles. Ninguém quer ser velho ou feio, em respeito aos padrões midiáticos. E assim, através da manipulação das imagens, todos se apresentam bonitos, jovens, com o rosto rosado. Quem nunca sorria, agora aparece sorridente. Quem já trazia no rosto as marcas fincadas do tempo, agora mostra o rosto de bebê, lembrando a antiga promoção do bebê Johnson. Pelo recurso ao foto shop, o feio vira bonito. O antipático, sorridente. O velho, em moço. A própria Dilma agora se apresenta com rosto de jovem. A feia Marina já se produz. O Aécio Neves é sempre o galã a lembrar do Collor de ontem. Ninguém tem a coragem de se apresentar tal como é: o rosto envelhecido, o cabelo branco ou esbranquiçado, o olhar de cansaço. Bem diferente de Abrahão Lincoln, quando candidato à reeleição nos Estados Unidos. Trazia o rosto fincado de rugas, os cabelos brancos, fruto do grande sofrimento provocado pela Guerra da Secessão, quando saiu vitorioso e reeleito para mais um mandato presidencial, breve mandato, pois caiu brutalmente assassinado quando assistia a uma peça num teatro. A empulhação política no Brasil começa nas fotografias dos candidatos. As imagens são trabalhadas para transformar o candidato em bem consumível ou palatável, igualmente às muitas mentiras proclamadas aos quatro ventos para enganar os incautos eleitores.

Eduardo Fontes
Jornalista.



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