COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
GERENCIAR AO DESALENTO.
Nobres:
É difícil
acreditar pelo seu passado que tanto se inspirava e hoje transpõe a mudança de atitude
do ex-presidente Lula quando afirmou que “os meios de comunicação pioraram em
muito em ponto de vista da neutralidade” numa referência às notícias sobre
indícios de irregularidades na Petrobras, que “a gente não pode permitir que,
por omissão nossa, as mentiras continuem prevalecendo”. Diante da declaração do
ex-presidente Lula desencontrou todo seu passado de homem de estilo do
pretérito que a história nos tempos de sindicalista nos anos 70 encontrava
suporte para se robustecer em busca de uma “protestação” junto ao
companheirismo, tanto é, com a contribuição da imprensa, que hoje, condena, estimou
a popularidade e estimou o ponto de partida para afirmar como político, e nos
píncaros, transpôs uma escalada brilhante que veio alcançar o mais alto posto
político da nação. Diante do contexto correspondente, Lula diante de seu
comentário em meio a um cenário especialmente perturbado para o governo. É
natural que ex-ocupantes de cargos públicos se manifestem sobre questões
políticas controversas, desde que estejam dispostos a submeter suas afirmações
também a discordâncias. No caso em questão há uma evidente preocupação com a
divulgação de fatos desfavoráveis ao Executivo e que colocam em xeque as
exaltadas virtudes de gestora de sua sucessora. Ao se referir a inverdades, o
ex-presidente tem como alvo fatos que já vêm sendo investigados por Polícia
Federal, Ministério Público e Tribunal de Contas da União e será objeto de
sindicância de CPI no Senado. Observe-se que, ao contrário do que defende, o
ex-presidente sentou-se à mesa com pessoas que não têm como oferecer a neutralidade
reclamada. Seus ouvintes eram responsáveis por segmentos da mídia assumidamente
governistas, muitos dos quais sustentados por verbas oficiais. A manifestação
reproduz o comportamento de líderes políticos que, ao orientar a reação de
seguidores a acusações, desqualificam o trabalho dos jornalistas. O
ex-presidente seria mais efetivo se contribuísse para que a presidente da
República esclarecesse por que, quando chefiava o conselho de administração da
estatal, teve informações sonegadas pelos que conduziam as tratativas para
aquisição da refinaria. Esta é uma das verdades que não podem ser sonegadas.
Neste sentido deve se conter justamente para um segmento que atende a população
como magnífico meio de informações que mesmo num período de instabilidade
democrática vivenciado pelo brasileiro, foi considerada como força de opinião e
essencialmente de credibilidade.
Antônio Scarcela
Jorge.
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