sexta-feira, 11 de abril de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA 11 DE ABRIL DE 2014

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

GERENCIAR AO DESALENTO.

Nobres:
É difícil acreditar pelo seu passado que tanto se inspirava e hoje transpõe a mudança de atitude do ex-presidente Lula quando afirmou que “os meios de comunicação pioraram em muito em ponto de vista da neutralidade” numa referência às notícias sobre indícios de irregularidades na Petrobras, que “a gente não pode permitir que, por omissão nossa, as mentiras continuem prevalecendo”. Diante da declaração do ex-presidente Lula desencontrou todo seu passado de homem de estilo do pretérito que a história nos tempos de sindicalista nos anos 70 encontrava suporte para se robustecer em busca de uma “protestação” junto ao companheirismo, tanto é, com a contribuição da imprensa, que hoje, condena, estimou a popularidade e estimou o ponto de partida para afirmar como político, e nos píncaros, transpôs uma escalada brilhante que veio alcançar o mais alto posto político da nação. Diante do contexto correspondente, Lula diante de seu comentário em meio a um cenário especialmente perturbado para o governo. É natural que ex-ocupantes de cargos públicos se manifestem sobre questões políticas controversas, desde que estejam dispostos a submeter suas afirmações também a discordâncias. No caso em questão há uma evidente preocupação com a divulgação de fatos desfavoráveis ao Executivo e que colocam em xeque as exaltadas virtudes de gestora de sua sucessora. Ao se referir a inverdades, o ex-presidente tem como alvo fatos que já vêm sendo investigados por Polícia Federal, Ministério Público e Tribunal de Contas da União e será objeto de sindicância de CPI no Senado. Observe-se que, ao contrário do que defende, o ex-presidente sentou-se à mesa com pessoas que não têm como oferecer a neutralidade reclamada. Seus ouvintes eram responsáveis por segmentos da mídia assumidamente governistas, muitos dos quais sustentados por verbas oficiais. A manifestação reproduz o comportamento de líderes políticos que, ao orientar a reação de seguidores a acusações, desqualificam o trabalho dos jornalistas. O ex-presidente seria mais efetivo se contribuísse para que a presidente da República esclarecesse por que, quando chefiava o conselho de administração da estatal, teve informações sonegadas pelos que conduziam as tratativas para aquisição da refinaria. Esta é uma das verdades que não podem ser sonegadas. Neste sentido deve se conter justamente para um segmento que atende a população como magnífico meio de informações que mesmo num período de instabilidade democrática vivenciado pelo brasileiro, foi considerada como força de opinião e essencialmente de credibilidade.

Antônio Scarcela Jorge.

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